Comete erro sem precedentes a população de Viamão (assim como faz em diversos temas cruciais da vida local) ao ignorar a explosão de casos de covid-19 causados pela variante ômicron. Há aqui uma “omissão velada” das autoridades em Saúde, mas o povo é culpado direto nos números alarmantes das últimas semanas.
A bola de neve é a seguinte: Prefeitura e Estado largaram a cordas, e a vida voltou ao normal no imaginário popular. Enquanto deixam o desfile de máscaras – ou melhor, sem – e a vacina condicionada à vontade dos que a procuram, negacionismo e uma variação mais agressiva do vírus fazem a festa.
Dezembro inteiro anotou 227 contágios na Velha Capital. Nem chegamos à metade de janeiro e já temos 1.105 novos doentes. Apenas ontem foram contabilizados 254.
Os óbitos não acompanham este ritmo, felizmente. Ao menos até aqui. Há o registro de 1 morte em janeiro – a 778ª vida perdida para a pandemia. Já as internações em UTI preocupam – hoje (13) 20 leitos de tratamento intensivo estão ocupados (66,7%). Em 31% o percentual estava em 46%.
A média de casos subindo mais que foguete – de 0,80 para 92,08 em menos de um mês (21 dias), e o Estado faz o que? publica portaria permitindo a volta ao trabalho mais rápida dos doentes. E se a Prefeitura local faz algo além de olhar para os números e divulgá-los no Facebook, que contestem a mim. Contudo, lembro que vacinação é obrigação pactuada.
E viva o SUS!

Aos negacionistas, que vão fazer fila para defender empresário, se a vida não sensibiliza, tento argumentar sob a ótica financeira. Lembro que é do meu e do seu bolso que sai o dinheiro para custear o sistema público de Saúde, ou seja, com mais doentes, mais cara ficará a conta.
Para encerrar, repito que o povo erra – e bem feio – ao aderir ao “não dá nada” irresponsável justo quando o sistema de Saúde já se desmobilizava. A eleição é logo alí, e ninguém mais vai ter “tempo” de pensar em combate à pandemia. Quando não agimos, outros agem por nós, ou neste caso, por eles.
A confirmar tal cenário, estaremos ainda mais à própria sorte. E viva a Economia.
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