A quem interessa tudo isso?

Sexta-feira é meu aniversário de vinte anos, então, resolvi ser sincera como há muito não tenho sido. Pensando em todos os ciclos e na coragem que existe na exposição de falar em primeira pessoa, escrever para os que querem me ler, e para aqueles que nem sabem que eu existo. No meio disso tudo, eu me pergunto, por quê? Por quê continuar escrevendo? A quem interessa todo esse desaguar de medos, vivências e coragens? Pensei na pessoa que eu sou e nas coisas que me compõem, pensei na distância que tomei de algumas criações, e o quanto tenho aprendido a estar com os pés no chão. Porque a vida também é saber a hora de colocar os pés no chão, assim como saber a hora de voar. Conclui que a pessoa mais interessada em escrever sou eu, a pessoa mais interessada em ler o que aqui está sou eu. Quando não estou, sinto minha falta. Sinto falta dessa pessoa que se coloca frente ao mundo, às pessoas. Encorajando-as, embora também esteja com medo. Essa pessoa que cria muito, com pouco. Essa pessoa que precisa de um pouco de música para aflorar, essa pessoa que se adequa aos lugares, mas nunca deixa de ser quem verdadeiramente é. Sexta-feira é meu aniversário de vinte anos e sei que o meu maior presente é algo que está dentro de mim mesma, assim como dentro de cada pessoa que acredita em si. Embora em muitos momentos continuar seja custoso para as nossas pernas,  a nossa maior motivação precisa seguir sendo nós mesmos, nossos desejos e sonhos. E se não for isso, então o que será? Hoje é mais difícil parar para me ouvir, mas quando eu paro, posso ouvir essa voz interior que ainda canta, e tocar essas mãos que ainda escrevem e desenham, sentir esse corpo que ainda é meu e o coração que pulsa de modo tão singular. Encontrar nessas manifestações, sinais de vida criativa, uma vida que não se apaga. Olhar para trás e contemplar o que fomos, todos os obstáculos que atravessamos e as linhas de fogo que nos queimaram, à medida que nos tornamos mais fortes. Um pouco mais rígido, mas com sorte, ainda mais sonhadores. Olhar para trás e tentar se importar um pouco menos com quem nos assiste, mas se orgulhar do que estamos vendo no espelho, enquanto espectadores da própria vida. E então por isso seguir, por isso continuar, por isso continuar traçando longas caminhadas longas. 
Com carinho, Alice.

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