Alice Chala | As mulheres sustentam o mundo

As mulheres sustentam o mundo. São elas que promovem a manutenção geral, seja dos serviços em casa e/ou no trabalho, das suas relações e subjetividades, das praticidades do dia a dia ao mais fino conselho dito pela mãe ou pela avó. Conforme o dicionário, sustentar significa “evitar a queda, manter o equilíbrio de; suster(-se), apoiar(-se)”- Tal qual várias colunas sustentam o teto.

Para além de sustentar, as mulheres são as maiores intercessoras do mundo, elas zelam pelos filhos que caminham pelo solo, e pelas dores dos seus. Uma mulher nunca nasce só, pois junto de seu nascimento, há a sabedoria ancestral daquelas que antes foram concebidas. A mulher é uma potência real, embora também seja mítica.

A mulher é constantemente colocada à prova, porque não recebe o devido valor. A mesma mulher que sustenta o mundo, se vê subjugada pelo mesmo, e por conseguinte, silenciada por uma multidão de homens sem rosto. Homens inaptos, criados por uma sociedade condescendente e conivente. A inaptidão dos homens é prejudicial para as mulheres, e para eles mesmos, pois são igualmente reféns de um sistema que os obriga a representar o papel de algoz de tudo e de todos.

Os homens vestem a roupagem, e tornam-se cada vez mais distantes, mais enrijecidos, menos humanos. Por outro lado, as mulheres seguem na área de serviço de todos os âmbitos sociais, trabalhando em cima de relações fadadas ao fracasso, casas entulhadas de assuntos mal resolvidos: as mulheres não dormem.

O entendimento de que o mundo sempre foi assim e sempre será, paralisa nosso senso de proatividade com relação aos papéis sociais que desempenhamos na sociedade. Assim como as mulheres estão cansadas de trabalhar sozinhas pela manutenção de todas as coisas, e ainda que os homens desfrutem de sua posição de poder e domínio, muitos também estão fartos do personagem que precisam desempenhar o tempo todo.

Nós todos (as) desempenhamos papéis sociais e isto é um fato que nos acompanhará por toda a vida, portanto, nortear o nosso lugar e onde vamos sentar nessa mesa, diz muito sobre o futuro que queremos para nós e para nossas crianças. Desempenhar um papel social não implica em fingimento e dissimulação, há um lugar e uma voz a ser dada para todos (as) no mundo, há espaço e possibilidade de divisão de responsabilidades afetivas e sociais. Pois, onde existe alguém sobrecarregado, é certo que existe um outro que nada está fazendo para ajudar.

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