Tenho vivido um momento que ainda não sei nomear, agridoce. E tenho buscado inspirações, me apaixonar de novo. Não por alguém, mas pela minha vida, pelos detalhes. O que vem depois da euforia? O repouso, esse intervalo imenso e as vezes, um pouco monótono, o cotidiano, as tarefas mais sistemáticas.
Tenho buscado me apaixonar, de novo. Ás vezes olho para o céu, e sorrio sem porquê.Ás vezes, não quero abrir a janela. Tenho navegado nessas oscilações, e abraço todas elas, porque fazem parte de mim e não posso negar quem sou.
Outro dia, fui à livraria e fiquei em dúvida sobre o quê realmente desejava ler, lembrei de alguém, e senti meus olhos lacrimejarem.
Lembrei desse alguém como um antigo porto, e me vi ali, sozinha, precisando tomar minhas próprias decisões. Naquele momento, entendi que não tenho todas as respostas. E para além disso, descobri que ainda não sei tudo sobre mim, e que talvez, nunca o saiba.
Ali naquele corredor de livros, com tantas opções, e eu sem saber o que escolher…Percebi que é preciso ir em frente, mesmo que a lacuna esteja completamente vazia. E não que seja fácil, mas necessário.
Não tenho todas as respostas, e compreender isso, ainda que por um breve momento, foi um alívio para um coração que tem sofrido com turbulências.
Conversar com uma amiga, um amigo. A troca de afeto com uma paixão nova, um pôr do sol de uma singela segunda-feira. Um livro qualquer, mais um café da manhã.
Tudo me diz para seguir em frente, e o que é afinal essa resposta que eu busco, senão esse compilado de vida que tanto me envolve e me sugere continuação? Não tenho respostas para tudo, nunca terei.
Mas aprendi a não parar no meio da estrada, e nesse fluxo infinito de acontecimentos, quem sabe algumas respostas apareçam para acalmar minha aflição. Não sei disso também, por isso, vou seguindo sem olhar para trás. E tem outro jeito de caminhar?
Com amor, Alice.