Senti de silenciar, mas não como quem reprime, mas como quem ouve com atenção. Em meio à uma torrente de acontecimentos, mudanças de rotas, novos sentimentos, novas paixões. Nesse caminho, um desafogo, uma necessidade urgente de silenciar.
O que é silenciar? Silenciar é ouvir, mais do que falar. É uma curiosidade por si mesmo, uma sessão de auto-análise que pode levar alguns dias, é uma constante questão: o que eu quero, agora? Como faço para realizar?
Senti de revisitar, listas, agendas, compromissos. O que verdadeiramente importa e o que tem me trazido peso? Senti de revisitar envolvimentos, relações, conexões.
Quanto me traz, quanto me leva? O que fica, e melhor ainda, como eu fico no final disso tudo?
O silêncio que me proponho, não é ansioso. É um silêncio sóbrio. Um silêncio contido, uma reserva cautelosa. É a observação de cima da colina, de cima da roda gigante. Pontos de vistas altos, a princípio dão medo, mas que trazem clareza.
Nesse processo, encontro respostas nem sempre tão convidativas e outras, que me satisfazem e muito. Nesse processo, converso muito mais comigo, do que com os outros. Indago minhas próprias motivações, meus interesses.
Nesse processo, me resguardo e depois sigo em frente, volto para a superfície. Volto a correr, depois de tanto caminhar.
Enquanto caminho, penso, ouço meu coração. Enquanto corro, vivo o que desejo, o que quero, encaro. Tenho alternado, porque as coisas são assim, nem muito rápido para não cansar, nem muito devagar para não parar de vez.
Com carinho, Alice.