Ana D´Avila | Confesso que vivi

Parafraseando o poeta chileno Pablo Neruda, repito que, ao completar 70 anos, “confesso que vivi”. Ah…a vida, misteriosa e única vida. Lembro de quando eu era criança e imaginava a minha velhice. Achava que morreria de velha, aos cinquenta anos de idade. A data que imaginava ser longínqua e terminal. Quão errada eu estava!

Hoje é normal as pessoas viverem mais. Cem anos de idade, antigamente era inimaginável. Hoje não é.  É comum.E ter 70 anos, como eu tenho agora, equivale a muito menos. Aos 70 as pessoas trabalham, praticam esportes, se destacam na sociedade. A medicina moderna tem ajudado muito os idosos de hoje. Dá para controlar a saúde com medicamentos e ter estilo saudável de vida.

Comum é hoje também nossos pais durarem mais. Tenho mãe de 86 anos. Que mantém seu foco na boa alimentação e cuidados médicos. O embaraçoso para ela, é ter uma filha de 70 anos e chamá-la de “a minha guriasinha”. Quanto tempo passou! Quantas alegrias!Quantos momentos delicados, engraçados e quanta energia gasta em família.

O corpo humano, dizem os cientistas, foi projetado para durar 150 anos. Parece que estamos caminhando para isto. Enquanto ainda não é possível devido às epidemias, à genética dos antepassados e a alimentação inadequada. Os locais saudáveis para viver, segundo os médicos, também é importante. Serra e mar são recomendáveis.O ar marítimo contém 21% de oxigênio puro. Isto é bom para manter a longevidade. E a Serra, por conta da geografia verde com muitas árvores, só faz bem.

Nas grandes cidades, a vida barulhenta, insegura e poluída, contribuí para a degeneração mais rápida de seus habitantes. Aos 70 anos mesmo com trabalho e boa saúde, necessitamos de uma vida regrada. Muitos são adeptos da medicina alternativa com a prática da ioga e tratamentos orientais com base na espiritualidade.

Pablo Neruda foi intenso. Em 1971 recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Em seu poema “Saudade” ele fala: “Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já…Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida…Saudade é sentir que existe o que não existe mais…Saudade é sentir que existe o que não existe mais…Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam…Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: aquela que nunca amou. E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver. O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.”(Ana D´Avila)

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