Impossibilitada de se expressar devido a uma contração muscular ,ela vacilou. Não entendia nada de haras e cavalos. Mesmo assim teve um lapso funcional de aprendizado. Separou o joio do trigo, buscou a sela e resolveu cavalgar. Sem saber ao certo se o bicho era tubiano,manga larga ou pangaré.
Mas o corpo do animal,preto e branco, lhe pareceu um designer conhecido e talvez revolucionário. Tal qual um tecido com desenho de alta performance. Tal qual uma costura bem feita por um costureiro profissional Seus olhos olharam o horizonte e ao longe, avistou uma cerca de arame farpado. Tão qual num campo de guerra. Onde o mais brabo e atrevido come o menor naquela estupidez característica dos seres inferiores .
Cega amou o alazão.Ele ameaçou correr. Mas suas pernas não a alcançaram. Ela era uma égua bravia, de um haras bastante concorrido na exuberância daquela paisagem campestre. Sumiu com sua fúria, sua loucura, sem paragem ou[51] mais nada.
Ele apaixonado e triste saiu corcoveando mato adentro. Não entendeu quase nada, mas relinchou como convem a um puro sangue.Enquanto no haras entre as pitangueiras, não se decifrou nem marcha,nem trote. O mundo animal é realmente intrigante.
No final de semana um grande leilão de animais aconteceu. Nele, golpes e lances extraordinários povoaram a área . Esculpida por belos cavalos e por incentivadores de raças. Eles chegavam em grupos em seus carros rurais.E as mulheres, com seus chapéus e carros blindados. Todos pertenciam a uma classe social abastada.
Deslumbrados em suas riquezas, suas terras agriculturáveis e suas viagens. Enquanto a plebe rude mendigava pedaços de pães na porta da Igreja, sem saber ao menos o porquê de suas pobrezas. Amparados por leis não cumpridas e por mentores nada convincentes. Os cavalos, de raça ou pangarés motivavam toda movimentação. Numa tarde árida e sofrida.(Ana D´Avila)