Ana D´Avila | O Rato

A manhã daquele sábado transcorria plena. No condomínio, vestidos de abrigo, alguns moradores saiam para um “rush”. A zeladora, muito compenetrada, limpava as escadarias com um balde de cheirinho de limpeza.Os demais moradores faziam planos para o final de semana. Uns passeariam no shopping. Outros tomariam sol  na Orla do Guaíba. Aliás, de uma restruturação impecável.

Mas o animalzinho aquele, já havia se posicionado nos containers do lixo. Talvez pensando, se é que rato pensa, em barbarizar as imediações. Dito e feito. Após alguns lances pelo jardim, o rato adentrou no condomínio. Ninguém notou, pois ele era esperto. Se abrigava entre as rosas do jardim e ia traçando seu plano: bar-ba-ri-zar! Volta prá  lá, volta prá cá, o rato seguia em zigue-zagues.

Até que, duas moças visitando a cidade e hospedadas no condominio, resolveram passear. Circular por Porto Alegre atrás de cafés, lojas e livrarias. Abriram a porta do prédio para chegar à rua. O rato iniciou os trabalhos. Numa reta absurda ele passou rente aos pés das gurias.  A primeira  se assustou, deu um grito estridente. Seguido pela outra que também gritou. O rato, se deu por satisfeito. E entrou firme dentro do jardim, enquanto a vizinhança do térreo ia cerrando todas as janelas para evitar o pior. A chegada dele em algum apartamento.

Seguiu-se um alarido geral. Como expulsá-lo do prédio? Algumas vizinhas mais determinadas deram idéias. Pega um pau! Bate nele! Uma gritou: melhor jogar veneno no jardim! Mas ele estava ali. Não havia tempo para envenená-lo. E ele era do tamanho GGExtra. Um ratão bem alimentado. E que metia medo em todos os moradores. Além do costumeiro asco pela presença tão nojenta.

A moça da limpeza pegou um pedaço de madeira e esperou o rato se acalmar. Quando ele reapareceu, ela, como boa gaúcha, entreverada no jardim, o acertou em cheio. Depois tratou de tirá-lo do local. Os moradores aplaudiram a valentia dela. O bairro não é calmo. E agora, corre um boato entre as pessoas, que não conheceram o bicho nem o episódio, que houve um assalto no condomínio.

De boca em boca e, devido à barulheira, uma senhora até pensou que realmente se tratava de um assalto. A moça que tentou sair do prédio, gritou  alto dando um empurrão tão intenso na porta da frente , que o barulho, soou como um tiro. No condomínio agora é só risadas. De um rato imenso que infernizou o sábado. No condomínio existia ainda, um gatinho amarelo que presenciou tudo de sua sacada. Ele não ligava para a fama que os gatos tem, de caçadores de ratos. Talvez receoso com o tamanho do bicho. Ele era pequeníssimo e o rato, enorme.(Ana D´Avila)

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