Ao longe e, na praia à noite, pareciam pequenas bolinhas de gude brancas, quase transparentes. De perto, a certeza de que se tratava de pássaros migratórios. Tão leves e tão organizados que até para o maior estrategista do mundo, estava complicado um entendimento.
Reunidos num grande grupo, eram inúmeros pássaros noturnos que se escondiam das multidões humanas. De vida marinha, de assombros e sustos numa noite de lua quase cheia.
A população de turistas e visitantes da praia dormia e nem via o maior espetáculo que, olhos clarividentes, poderiam ver. Com a maré subindo e a água do mar batendo rente àquele bando, era hora de voar. Voar numa curva ascendente parecendo um bailado. E todos numa comunhão com a natureza, bailavam.Ora juntos, ora separados, quase como numa pista de corrida. Depois o retorno num bater de asas compartilhadas.
De repente, um vulto caminha em direção à praia com uma cadeirinha embaixo do braço. Deveria ser alguém especial, um ecologista, um visionário,um apreciador da natureza.Se acomoda pertinho do mar, podendo ficar quase integrado ao grupo de pássaros.Permanece ali assistindo a revoada como quê deslumbrado com aquela paisagem pitoresca.
Os pássaros seguiam seu bailado necessário à evolução marinha. A figura apreciadora dos pássaros, também permanecia no local. Como quê fazendo parte do espetáculo. Para onde estavam indo não se tinha nenhuma certeza.
Mas por algum motivo, a vida marinha tinha continuidade.E apreciar assim de pertinho era gratificante. Talvez mostrando ou provando que o ser humano precisa admirar e respeitar todos os animais. Não só os marinhos, como todos existentes no Planeta Terra.
Era fim do mês de julho, num tempo atípico.Que misturava, frio, chuva e ciclones. A visão dos pássaros voadores, ficará para sempre na mente da pessoa que curiosamente sentou perto deles e os amou.O encantamento da natureza é único e só não ve quem, por preguiça , negligencia a vida. (Ana D´Avila)