O que não dava para entender era aquele segredo deslavado revelado no calor da madrugada. O cobertor estava quentinho e a verdade de uma traição também. No ouvido dela ele balbuciou: “gosto de você porque você não tem malícia”. Se estava sob efeito de algum medicamento ela não sabia. Mas as palavras foram ditas com uma certa veracidade.
E não era para ela. Tratava-se de uma americana. Caso sério ou nem tanto.Do passado. De tantas e de confusões mentais que ela até duvidou daquelas palavras. Haveria ele tido um caso com a dita cidadã americana O fato é que a partir da confissão muita estória se modificou.O telefone celular teve o número apagado. Verdade agora, era para ser analisada. E desconfiança então, era artigo de luxo, principalmente com a dita gringa.
A americana em mensagem até poética, revelou um certo entusiasmo por ele. Que afirmava ser inocente. Tão puro a ponto de falar dormindo. Algum psicanalista por favor, faça um análise mental para o bom entendimento da questão. Confissões a noite devem ter veracidade. Falar dormindo na cama é sinal de traição. O que realmente aconteceu.
O que revelam os sonhos. O que deduzir das pessoas que falam dormindo e que contam estórias de amores e relacionamentos.Algumas, e isto é mais comum do que se pensa, revelam até nomes dos prováveis casos amorosos. Mas o fato, seria uma invenção. Ou apenas um sonho pesado despencado do subconsciente. Ninguém tinha certeza de nada.
Depois ele virou para o lado, na cama e, suspirou. Ela movida pela desconfiança não sabia se acreditava no que lhe foi revelado ao pé do ouvido ou numa provável alucinação. Estaria ele inventando fatos ou revelando uma verdade. Tão explicita como a maresia que varria o ar daquela noite, não tão confortável. E que colocou um fim naquele relacionamento atual e absurdo.(Ana D´Avila)