Muitas pessoas optam por passar as festas de final de ano na praia. Mar, morada primeira de todos os terráqueos. Vida evoluída, dizem os cientistas. Pois é justamente neste espaço que muita gente comemora. Ruidosa entrada de Ano, com fogos e bebidas, que a maioria acha verdadeira. Sou do time das meditativas. Sempre busco minha paz, na forma de oração. E o Ano Novo chega para todos. Para mim, longe da agitação. Mais contemplativo.
Antes, porém na imensidão da praia, surge um surfista solitário e uma loira fazendo “ cooper”. O rapaz carrega a prancha embaixo do braço como um troféu.
A moça traz no pulso esquerdo um relógio controlador de batimentos cardíacos. Nos ouvidos, os hodiernos fones. Deve estar escutando uma música lenta ou compassada. Talvez um rock, se for atrevida e moderna. O que parece ser. Ambos são esportistas. E perambulam pela areia da praia com muito prazer. Cada qual com seu estilo, cada qual com sua beleza bronzeada.
Acreditando que pode, um cãozinho preto da praia, corre em disparada atrás de um pássaro marinho. Ele faz acrobacias, circulares e derrapantes. O cão por sua vez, tem certeza que pode alcançá-lo. Numa correria desenfreada, vê seu sonho desabar. O pássaro pode voar. Se distancia. E o cão finalmente desiste. Fica olhando para o alto. Por certo reconhecendo que seu intento nunca vingaria. Enquanto o mar, no litoral norte gaúcho tem uma cor achocolatada. Uns dizem que é a areia que balança com as marés. Outros, que são algas. E os pessimistas, ou realistas, que é poluição mesmo.
Neste ínterim o comércio vende artigos praianos e os restaurantes fazem publicidade, dos menus que oferecerão nas Ceias do dia 31. Nos super mercados prateleiras enormes expõem uma variedade de bebidas. Entre elas, o espumante, símbolo da alegria, com suas bolinhas efervescentes. O ar fica na expectativa, de festa. Até o astral das pessoas se modifica. Ficam mais ternas e acessíveis.
Os bancos apinham-se de gente, querendo sacar salários. A padaria multiplica sua fabricação de panetones. Depois o céu da praia, transforma-se. O sol cede à uma garoinha fina, que cobre telhados, prédios e cômoros. Onde namorados fazem planos. Onde, como num apartamento de cobertura, avista-se o mar de cima. Onde irão pipocar estrelas e estrelinhas, na diversidade de fogos que eclodirão na noite de final de ano. E onde todos nós, depositamos desejos de dias melhores. Salve 2018! Que o Ano Novo no mar e em todos os lugares, seja símbolo de renovação. Que traga a todos nós, mais esperança e paz. E muitas alegrias.