Contrariando promessa de campanha, o governo Eduardo Leite (PSDB) pode pedagiar a ERS-118, conforme GZH de hoje. Vai o governador confirmar a narrativa dos adversários na eleição de 2022 de que é “sem palavra”?
Em 12 de outubro do ano passado, entre o primeiro e o segundo turno, Leite disse em primeira mão para o Seguinte: “construiremos um modelo que não tenha pedágio na 118”.
Para ler clique em EXCLUSIVO | Eduardo Leite diz que 118 não terá pedágio em Gravataí caso seja eleito.
A entrevista motivou que, sete dias depois, o coordenador do Movimento RS-118 Sem Pedágio Darcy Zottis elaborasse um documento-compromisso, assinado por Leite e pelo concorrente, Onyx Lorenzoni (PL), após debate organizado pela Federasul, no Palácio do Comércio.
Para ler, clique em ‘Efeito Seguinte’: Leite e Onyx assinam documento garantindo que ERS-118 não terá pedágio em toda sua extensão; Leia o compromisso.
Reproduzo o documento (com as assinaturas), que não deixa dúvidas da promessa e, abaixo, sigo.
Nesta terça, GZH anunciou: Governo gaúcho vai refazer estudo para avaliar pedágio na RS-118.
Diz a reportagem de Jocimar Farina que “o governo gaúcho está revendo sua estratégia para a instalação de pedágios nos novos contratos de concessões das rodovias estaduais. Com a regulamentação do Free Flow no Brasil – sistema de cobrança automática de tarifa – os editais dos dois blocos de estradas que serão repassados para a iniciativa privada estão passando por uma atualização”.
Segue: “A intenção, segundo o secretário estadual de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi, é que os futuros contratos já tenham essa previsão, que eliminará as estruturas de cobrança atuais”.
– A ideia é não ter praça física (de pedágio) em nenhum lugar. Não haverá custo financeiro e ambiental para construir as praças de pedágio. Temos uma oportunidade de se fazer isso – disse o secretário ao site.
A reportagem prevê que “a partir dessa alteração, a possibilidade de cobrança de pedágio na RS-118 está sendo discutida. Tanto que o governo solicitou que o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) suspenda o estudo que projetava cenários sobre a cobrança de tarifa na rodovia. O levantamento solicitado pelo governador Ranolfo Vieira Júnior avaliaria se seria possível que a RS-118 não tivesse pedágio”.
Segue: “De acordo com Capeluppi, sem a construção de uma praça física de pedágio será possível que o motorista pague proporcionalmente ao uso. Segundo o secretário, esse modelo proporciona valores mais baixos de tarifa, o que agrada mais aos usuários”.
– Existe disposição a pagar (o pedágio). Tudo depende do preço cobrado – avaliou para o jornalista.
A reportagem informa que “a partir da definição dos estudos, o governo do Estado deverá realizar uma nova audiência pública para ouvir moradores, empresários e políticos. A intenção de Capeluppi é que em agosto já seja possível consultar a população. Dessa forma seria possível lançar os dois editais ainda em 2023”.
Sigo eu.
A reportagem chegou como um atropelamento no grupo de WhatsApp do Movimento RS 118 Sem Pedágio, que reúne empresários, políticos e lideranças comunitárias regionais que se manifestam contrários a um pedágio em um trecho urbano usado para deslocamentos curtos entre municípios vizinhos que tem baixos índices de desenvolvimento econômico e social.
Patrícia Alba (MDB), deputada estadual de Gravataí, postou no grupo a reportagem de GZH e já se colocou à disposição para representar o movimento contrário ao pedágio.
– (o free flow) É menos prejudicial, mas o documento assinado pelo atual governador, durante a campanha eleitoral, diz que ele não instalaria pedágio na ERS-118. Agora, no segundo mês de mandato, já determinou a realização de estudos… – escreveu Ana Cristina Pastro Pereira, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Gravataí (Acigra):
– Mentiu pra ganhar voto.
Ao fim, não haverá outra conclusão, além desta de Ana Cristina, caso o governador autorize qualquer tipo de pedágio na ERS-118.
Eduardo Leite, o senhor já tem em sua biografia algumas faltas com a verdade, ou o cometimento de meias verdades, que sempre tem uma metade mais próxima da mentira: colocar em dia salários no primeiro ano de seu governo de estreia apenas ‘tirando a bunda da cadeira’; não manter as alíquotas elevadas de ICMS; não vender Corsan ou Banrisul; encaminhar plebiscito para a Assembleia Legislativa para decidir sobre a privatização da CEEE, além da promessa de que não concorreria à reeleição.
Mentiu na cara dura sobre o pedágio, governador?