Não existe bicho papão no futebol brasileiro, tampouco na América do Sul. É claro que o poder econômico de Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG, por exemplo, são diferenciais nos pontos corridos se falarmos em protagonismo e favoritismo.
No confronto direto, porém, dá pra encarar. Trocar golpes, enfrentar de igual para igual, ousar, jogar futebol! Dentro ou fora de casa! A goleada do Inter contra o Galo, no Beira-Rio, é ilustrativa. A derrota “quase injusta” para o Palmeiras, semana passada, idem, pela bela exibição da segunda etapa.
Basta, porém, que o time entre em campo de maneira equilibrada e com a ambição legítima de um gigante da Pátria de Chuteiras. Basta que Mano Menezes não repita o a postura covarde que vimos no primeiro tempo na Arena Palmeiras. Diga não ao “acadelamento”.
Aliás, desde a chegada do treinador, o time mudou pra melhor, da água para o vinho. Todavia, ainda faltavam grandes adversários pela frente. Missão cumprida. Mais uma barreira superada. Empate com o São Paulo, derrota para o Palmeiras e goleada contra o Galo.
Repertório! Com um elenco inferior aos citados “milionários” do primeiro parágrafo, o sucesso do colorado em 2022 passa, necessariamente, por dois fatores: a “mão do treinador” e jogar sempre com a corda esticada — no limite, sempre com “sangue” nos olhos.
Três atacantes, três volantes, três zagueiros. De Pena como camisa 8, 11 e 6. Edenílson como 8, 7 e 10. Tudo isso num mesmo jogo, dependendo da proposta e do lado em que está a bola. As funções exercidas pelos dois médios durante os 90 minutos denota a atual realidade do time. Aconteça o que acontecer, o Internacional tem um treinador com T maiúsculo.
Contra o Melgar na quinta-feira, a tendência é que Maurício siga entre os 11, mesmo que Taison e Alan Patrick já estejam à disposição. Será um justo prêmio pela atuação luxuosa do camisa 27 contra o Atlético-MG que reestreou Cuca. Independentemente dos nomes, porém, o principal é manter a postura, a ambição e o equilíbrio.
Alemão na camisa 9. Wanderson ou Pedro Henrique próximo a ele. Bustos espetado, aproveitando os generosos espaços que a mecânica garante ao argentino. Sem a bola, variação até para linha de 5 defensores, com Renê fazendo o terceiro zagueiro e De Pena como falso lateral-esquerdo Em tempo: quando ingressar no transcorrer das partidas, gostaria de ver Estêvão mais centralizado e não tão aberto à direita como normalmente tem atuado.
Os pitacos em questão não são sinônimos de “modernidade”, “tatiquês” ou “coisa de Professor Pardal”. É o futebol na essência, mas com contextos atuais que necessitam de oxigenação, reciclagem, atualização. Num esporte com cada vez menos espaço, a tática se torna um trunfo e tanto para garantir superioridade nos setores. Foi-se o tempo em que bastava ao treinador “ser motivador e distribuidor de coletes”.
Pois então…
Após longo e tenebroso inverno, o Internacional está na rota do sucesso novamente. Ainda existe um longo caminho até a consolidação em forma de títulos, voltas olímpicas e taças no armário. Entretanto, os primeiros passos estão sendo dados. Inegavelmente. Satisfatoriamente. Semanalmente. E modernamente…