Comissão da AL debate programa hospitalar de Leite que traz perdas à região metropolitana

Patrícia Alba é deputada estadual | IMAGEM: Rodrigo Savedera - AL/RS

Aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa, uma comissão externa proposta por Patrícia Alba (MDB) vai debater os impactos no financiamento hospitalar nos municípios da região metropolitana com a aplicação do Programa Assistir, do governo Eduardo Leite (PSDB).

Acerta a deputada estadual de Gravataí, ao não pensar apenas na Santa Casa, o que seria bairrismo burro.

Antes vamos às informações. Abaixo explico.

Lançado em agosto, o Assistir criou novos critérios para a distribuição de recursos aos hospitais. A insegurança dos municípios sensibilizou o governador, que adiou a implantação do programa para 2022.

Como tratei em artigos como Emergências podem fechar: prefeitos ameaçam; Gravataí ganha e Cachoeirinha não perde, prefeitos estão preocupados, o cálculo das perdas é de R$ 250 milhões por ano nos hospitais da região.

– Estamos tratando aqui de recursos que são fundamentais para a garantia dos serviços de saúde. As gestões hospitalares têm contratos e compromissos para honrar, que devem ser levados em conta para uma solução responsável – justifica Patrícia.

– Mais de 1/3 dos gaúchos vive na Região Metropolitana. Reduzir os recursos inevitavelmente reduz a nossa capacidade de atendimento, podendo colapsar o sistema de saúde do Estado – alerta.

Conforme determina o regimento da Assembleia, a comissão externa terá a duração de 30 dias a partir do seu ato de instalação, na próxima terça-feira. O plano de trabalho contará com a colaboração da Granpal, presidida pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), que também tem se dedicado ao tema e denunciado as perdas.

Quando observo que acerta Patrícia ao não ser ‘bairrista’ com a saúde é porque o SUS é universal, sem fronteiras; e pacientes se dividem entre hospitais da região.

Canoas, por exemplo, que é a rede hospitalar que mais perde, chegou a ultrapassar os 10% de sua capacidade ocupada por moradores de Gravataí durante a pandemia.

O mesmo vale para Porto Alegre.

Conforme a própria Secretaria Estadual da Saúde (SES), 56 instituições vinculadas ao SUS e aptas a receberam incentivos estaduais terão alguma queda de recursos.

Não é o caso do Hospital Dom João Becker, administrado pela Santa Casa de Misericórdia, que vai receber R$ 7 milhões a mais com a Assistir, como comemoraram seus gestores, ao lado do governador em exercício Ranolfo Vieira Jr. e da secretária da Saúde Arita Bergmann, no início das obras da nova Emergência, o que o Seguinte: reportou em texto e vídeo em A Santa Casa chegou em Gravataí: nova Emergência, UTI e um segundo hospital; A obra começou.

Só que, com mais de 2 milhões de brasileiros deixando de pagar planos de saúde a cada ano, conforme a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é fácil fazer uma ‘medicina política preventiva’: o paciente que não achar atendimento ou leito em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha ou outro município da região só aumentará a fila no Hospital de Gravataí.

Que está sempre lotado com R$ 50 milhões ao ano e assim seguirá com os R$ 7 milhões a mais.

Reputo por isso acerta Patrícia, ao buscar uma concertação regional e não se acomodar em bairrismos burros.

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