O tricolor gaúcho está entre os quatro melhores da Copa do Brasil! Mais uma prova da reconstrução em tempo recorde por parte da diretoria e do trabalho de excelência da comissão técnica no primeiro semestre de 2023.
Entretanto, alguns ajustes se fazem necessários. Algumas lacunas seguem em aberto. Ainda existe terreno para a evolução coletiva. A classificação somente nos pênaltis, em plena Arena, contra o Bahia, emite alguns sinais de alerta. Claro que as condições climáticas foram um desafio extra, mas choveu para ambos, né?
Se você, gremista, é incapaz de enxergar um palmo além da paixão, peço que pare a leitura. E nada contra a paixão, pelo contrário. Ela é o combustível principal da Indústria do Entretenimento chamada FUTEBOL. Se você, gremista, acha que “estar melhor que o rival” já basta, faço o mesmo pedido…
Se você ficou, porém, agradecemos pela audiência e convidamos para a singela reflexão.
Flamengo, Palmeiras e Botafogo. O Grêmio perdeu para os 3 adversários mais difíceis que enfrentou na temporada. Fato! Em matéria de desempenho, porém, portou-se bem contra o Botafogo no último final de semana e extremamente bem contra o Flamengo.
Na soma dos jogos, porém, foi abatido por 5 a 0. Um jogo fora e outro em seus domínios. Por quê? Talvez existam inúmeras explicações, razões, justificativas. Ousamos pontuar somente àquelas que nossa limitação alcança, evidentemente.
O desequilíbrio defensivo talvez seja o principal empecilho. O Grêmio sofre muitos gols e contra quase todos os adversários. Domingo passado, Renato justificou mais ou menos assim: “Nosso modelo de jogo é ofensivo, natural que cedamos espaço. Não me importo em tomar 2 gols desde que façamos 3”.
Aqui registramos uma frontal discordância. Futebol requer equilíbrio! O tricolor não deveria estar sofrer tanto defensivamente, ainda mais jogando com 3 zagueiros. Na verdade são 5 defensores, já que os laterais atuam recuados quando a posse de bola é do adversário — na fase defensiva falando em “tatiquês” moderno.
Partiu segundo argumento? O tricolor brinca de perder gols. Desperdiça em excesso. Produz mas não “coloca a gorducha na casinha”. Até mesmo Suárez, perito em balançar as redes, tem ficado no “quase” golaços jogo após jogo.
Sofrer muitos gols e desperdício ofensivo são passaportes para o insucesso. Contra os gigantes, é um desaforo que os deuses da bola não toleram. Por melhor que seja o trabalho da comissão técnica, os ajustes são intransferíveis.
Leitura de cenário e repertório tático. Renato recebeu elogios neste espaço justamente pelas virtudes dispostas na primeira frase do parágrafo. Ultimamente, porém, tem desfeito os 3 zagueiros somente “emergencialmente” durante as partidas em busca do gol que custa a sair. Contra o Bahia, na Arena, era preciso 3 zagueiros? Aliás, Gabriel Grando foi o herói da noite, merece os louros da redenção, os holofotes da fama e os rasgados elogios. Todavia, que fique claro que não é o melhor goleiro do elenco, ok?
Demorou, mas Ferreira voltou!!! O camisa 10 eleva o leque de opções do Grêmio. Somente questões físicas justificam a sua presença, ainda, no banco de reservas. Com ele, o 5-4-1 pode virar 3-5-2. Sem falar que Cristaldo voltaria a jogar centralizado. Bitello, neste cenário, ocuparia a vaga de Carballo. Ou do próprio Cristaldo que, sinceramente, “tá pedindo um banco há horas”. Enfim, alternativas… inclusive o retorno ao 4-2-3-1 sem isolar Suárez.
Arbitragem! Renato “chutou o balde” após a derrota para o Botafogo, segundo ele, com “autorização do presidente”. Acho que fez certo, mas, sinceramente, não acredito em erro premeditado ou perseguição.
Pela fala do comandante, pareceu a velha tentativa de tencionar ou condicionar a arbitragem para o futuro breve. Talvez tenha dado resultado em três dias! O pênalti desperdiçado por Cristaldo foi no mínimo duvidoso. Também houve lance de mão na bola ou bola na mão de Bruno Uvini. Mais uma prova de que erros ou polêmicas ocorrem para todos os lados e a cada rodada. Ou seja, o “mundo não está contra o Grêmio”. Ufa! O “mundo não está contra quem quer que seja”. Ufa 2!
Voltemos ao campo de jogo…
É preciso celebrar a passagem às semifinais, mas nada de euforia. O trabalho é muito bom, mas para voos mais altos talvez ainda seja insuficiente. Pelo menos dentro da ótica do Futebol Além do Resultado.
Faça chuva ou faça sol. E tomara que sem ciclone…