O Tricolor voltou à elite do futebol nacional sem festa, pompa, brilho ou holofote. Por mais que grande parte da imprensa e, sobretudo, os comunicadores ligados ao tricolor, tenham se esforçado. A audiência é inteligente! Ela sabe quando o produto é precário.
Apesar do título estadual, a temporada azul, preto e branco foi novamente vexatória. Não adianta tapar o sol com a peneira. Expor a ferida talvez seja o primeiro degrau para a tão necessária e intransferível REFORMULAÇÃO.
O jogo que marcou o acesso em Pernambuco foi um resumo da melancólica temporada: estádio às moscas, adversário já rebaixado à Série C e nível técnico abaixo da linha da pobreza. Por mais que o gol de Lucas Leiva ─ no mesmo palco da Batalha dos Aflitos ─ pudesse ativar algum “gatilho” na nação de Três Cores, a dura realidade do gramado não permitiu poesia.
Mesmo com investimento de 10 mil mensais — infinitamente superior aos principais adversários — o Grêmio não decolou. Jogou pouco, bem pouco, quase nada! Foram três treinadores, três “idiomas” e o mesmo resultado: desempenho insuficiente.
Sou um entusiasta da tática que, entre outros, tem como tarefa reduzir a influência do acaso no placar final. Entretanto, o maior problemas da temporada não esteve na casamata.
A escalação que devolveu o Grêmio à elite é ilustrativa. Meio-campo com quatro volantes de origem, evidenciando o tamanho da fragilidade e o desequilíbrio do elenco. Bitello em grande jornada individual (com dois gols e uma assistência) atenuou o “monstrengo” da mecânica.
Para 2023, é preciso muito pé no chão e alto índice de acerto do próximo presidente. Há tempos o Grêmio negligencia o profissionalismo e entrega a chave do destino nas mãos da solução mágica. O retorno de Renato no final da temporada dispensa maiores exemplos.
Categoria de base. Diretor de futebol e/ou vice renomados. Contratações cirúrgicas e pontuais. Treinador preocupado “apenas” em treinar. Eis algumas “receitas” que podem ajudar a escrever as novas páginas de uma história marcada por títulos, voltas olímpicas, taças no armário e imortalidade.
Que os constrangimentos da temporada fiquem no passado. Que o alívio pelo retorno à Série A não seja zona de conforto. Que o Tricolor volte a honrar a sua grandeza fora e dentro de campo. Que o Grêmio definitivamente submeta suas estruturas às exigências do Futebol PROFISSIONALIZADO.