Vereador do PSol apresenta projeto que proíbe o parcelamento dos salários, dá uma janelinha nos partidos da base aliada de Sartori em Viamão e inaugura um novo estilo de oposição, mais vibrante do que o visto até 2016
Pelo jeito, o vereador Guto Lopes, do PSol, não conhece o ditado caipira “uma andorinha não faz verão”.
Sozinho na oposição – tudo bem: o PT de Adão Pretto e Armando Azambuja tem vindo com ele –, Guto promete um ano mais agitado para o governo de André Pacheco do que o 2016 de Valdir Bonatto.
E a primeira polêmica é o projeto que proíbe o parcelamento do salário dos servidores.
Todos a favor?
A primeira vista, ninguém é a favor de parcelar salários.
Mas prefeitos de diversos partidos que compõe a base aliada ao paço na região estão parcelando. Em Cachoeirinha, o ex-prefeito Vicente Pires, do PSB, teve que se socorrer da mesma medida que o governo Sartori, do PMDB, vem se socorrendo desde abril do ano passado.
Faltou grana por lá.
Em Gravataí, Marco Alba, também do PMDB, pagou o 13º com empréstimo do Banrisul.
Ali em Alvorada, o prefeito que tomou posse no domingo, Appolo (PMDB), não sabe por quanto tempo o caixa da cidade vai suportar o peso da própria folha.
Embora a situação de Viamão esteja longe de ser caótica, a crise, de fato, preocupa.
Partidos que se vejam espremidos contra a parede tendem a não ver o projeto de Guto como um sinal ao funcionalismo de que, pelo menos em Viamão, os salários serão prioridade.
Tendem a ver isso como um constrangimento.
De onde veio a ideia
Pelas redes sociais, Guto explicou que buscou respaldo em iniciativas semelhantes apresentadas no Rio de Janeiro pelo deputado estadual Marcelo Freixo, aqui no RS, apresentada pelo deputado Pedro Ruas, e na Capital, apresentada pela vereadora Fernanda Melchiona.
— Não é possível imaginar uma escola ou unidade de saúde funcionando sem funcionários e especialistas. É critério de justiça e de humanidade que as pessoas que escolheram o serviço público como ocupação, tenham a prioridade de seus salários e gratificações — defende Guto.
O projeto segue agora para as comissões da Câmara e só deve ser votado depois do final do recesso, a partir de 15 de fevereiro.
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