É claro que não estamos comparando o elenco do colorado gaúcho com os atletas finalistas da Champions League pela Internazionale de Milão. A inteligência do nosso amigo leitor e da nossa amiga leitora é acima da média e, portanto, não corremos nenhum risco a respeito.
Sendo assim, avancemos…
O sistema de três zagueiros adotado pelos ‘Nerazzurri’ pode, sim, servir de inspiração também para Mano Menezes em busca do equilíbrio e do bom futebol — valências ausentes desde a temporada passada no Sport Club Internacional.
Quem sabe já contra o América-MG na primeira partida das oitavas-de-final pela Copa do Brasil em BH? O colorado possui atletas adaptáveis ao desenho tático citado. O próprio comandante já colocou em prática algumas vezes e citou a possibilidade de transformá-lo em plano A após a 3º derrota seguida pelo Brasileirão.
Bustos e Thauan Lara como alas, espetados, avançados. Com bola, atuando como pontas. Sem ela, recuando e deixando o time com 5 defensores. Eis o grande trunfo do sistema: muitos atletas defendendo e muitos atacando. Efeito sanfona a serviço do Equilíbrio Futebol Clube!
Sem Renê, lesionado, o colombiano Nico Hernandez poderia liderar a saída de jogo pela esquerda e surgir como elemento surpresa no campo ofensivo. Sem Vitão, Mercado talvez atue à direita justamente pela qualidade superior de transição no comparativo com Moledo, que atuaria na sobra. Mais um detalhe: Mercado e Renê são laterais na origem, portanto, o time não ficaria “engessado” na saída de jogo.
No meio-campo, não haveria a necessidade do camisa 5 raiz. Já que o time “sangra” pela ausência de atleta pra função, talvez a mecânica, enfim, amenize a lacuna aberta desde a lesão de Gabriel. A meia-cancha teria, então… Campanharo, De Pena e Alan Patrick visando posse, controle e armação. Com os 2 primeiros fazendo o ida e volta, o box-to-box, marcando e jogando. O camisa 10, por sua vez, atuaria livre-leve-e-solto!
No ataque, talvez o maior dos méritos: a presença de mais atletas na peça ofensiva. Os 2 atacantes + 2 alas + até 3 meias + 1 zagueiro que surja como elemento surpresa. Tudo indica que Pedro Henrique volte a atuar como 9! Seria acerto principalmente pela falta de ritmo de Luiz Adriano.
Na nova mecânica, Wanderson estaria mais liberado das tarefas de recomposição e poderia atuar mais perto do gol. O camisa 11, porém, disputaria a titularidade com Maurício. Inclusive com capacidade superior de conclusão, o canhoto seria o “meu” escolhido. Com liberdade de movimentos, seria mais um meia pra desequilibrar entre as linhas do adversário. Futebol se ganha é no meio, não custa repetir.
Antes da bola rolar, tudo é teoria, pitaco, suposição, aposta! Entretanto, é óbvia a necessidade de mudança tática na equipe. O modelo de 2022 é bananeira que não deu mais cacho.
Voltando ao título do pitaco, o sucesso da Inter de Milão é a prova de que o 3-5-2 jamais saiu de moda. Pelo contrário, o sistema soube se adaptar às exigências do futebol contemporâneo, principalmente nos quesitos intensidade e busca da superioridade numérica em todos os setores do campo.
Portanto, serve de modelo para quem quiser e, principalmente, para quem tiver capacidade de “beber da fonte” do Norte da Itália. Seja o Inter de Porto Alegre, de Limeira ou de Santa Maria.
No frigir dos ovos, a ‘squadra’ azul pode ajudar o time vermelho. Eis o futebol e suas ironias.