Lílian Schilling | Dicotomias alimentares

Dicotomias que classificam os alimentos entre os que oferecem prazer ou saúde, os que são certos ou errados, bons ou ruins, os que engordam ou não engordam, os limpos ou sujos, os tóxicos ou puros só trazem insegurança e fortalecem a cultura de dieta, visto que essa ambiguidade incutida na comida deixa os pacientes confusos sobre o que deve nortear suas escolhas e comportamentos.

A comida associada a sentimentos ambivalentes pode envolver moralismo sobre práticas alimentares próprias e alheias, levando a conflitos, culpa e julgamentos sobre o que se come e o que se é, bem como, o que o outro come e é, causando prejuízo na qualidade de vida e possíveis transtornos alimentares, afetando autoestima e saúde.

A busca por uma alimentação saudável pode estar encobrindo questões com o peso, com o corpo e com o desejo de um corpo magro, em uma associação errônea entre magreza, saúde e virtudes pessoais, quando se assume um padrão rígido, perfeccionista e restritivo com a ideia de disciplina e controle do corpo. Comida deveria ser pensada em contexto amplo de saúde, incluindo seus significados sociais, culturais e emocionais, além dos fisiológicos, para uma boa relação na qual todos os alimentos são permitidos e o equilíbrio e a neutralidade entre eles é o que importa, com respeito à fome física, à saciedade e à vontade de comer, aceitação das oscilações na alimentação, encarando a comida também pela obtenção de prazer, não apenas de nutrientes.

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