“Minhas Lentes, Nosso Olhar “, projeto do Ensino Médio conquista premiação nacional

De um lado, a Escola Indígena Karaí Arandu, de outro, o Colégio Marista Graças. Em comum, jovens estudantes interessados em uma profunda troca de culturas, com os corações abertos para entender um pouco mais da vida na perspectiva de uma realidade completamente diferente da sua.

Assim podemos resumir a caminhada do projeto “Minhas Lentes, Nosso Olhar”, que surgiu a partir de oficinas do componente curricular de “Projeto de Vida”, aos estudantes do 2º Ano do Ensino Médio. O projeto conquistou a premiação nacional da RAIS (Rede de Aprendizagem e Inovação Solidária), agora no mês de setembro.

O “Minhas Lentes, Nosso Olhar” vem ao encontro do Pacto Educativo Global, que tem por objetivo colocar o estudante na centralidade do processo educativo. A proposta consistiu nos jovens retratarem, por meio da fotografia, o que conseguiam ver das suas janelas, ou algo de importância na vida de cada um. A partir daí o interesse na cultura do outro tomou grandes proporções, transformando-se em uma exposição que perpassou a fronteira digital, tornando possível o encontro desses dois grupos distintos no mês de agosto.

A exposição ficou aberta às famílias por duas semanas e chamou a atenção de estudantes de outros níveis e até de profissionais como do jornalista, fotógrafo, produtor audiovisual e antropólogo Alexsânder Nakaóka Elias, que veio fazer uma palestra sobre as suas experiências de campo com os estudantes.

Veja alguns depoimentos:    

Konstans Steffen – Coordenadora do Projeto

Acredito que conseguimos alcançar os objetivos do projeto aliando conceitos do Projeto de Vida e Aprendizagem Solidária, ampliando repertórios e proporcionando uma intervenção sociocultural. O protagonismo ganhou espaço à medida que os estudantes produziram os retratos de seu cotidiano, direcionaram os diálogos e reflexões das aulas e organizaram a exposição, expandindo suas descobertas para além do espaço da sala de aula, transbordando as aprendizagens para as famílias e comunidade como um todo. Aprender a olhar o outro é um exercício que precisa ser praticado. Utilizar diferentes lentes nos enriquece e a arte torna este movimento ainda mais sensível.

Luana Ogliari – Coordenadora do Projeto

Este projeto nos proporcionou realizar práticas com respeito e diversidade, fortalecimento e a valorização das identidades das juventudes e do intercâmbio entre elas. Reforçando com os mesmos o sentimento de pertencimento, valorização étnica e respeito ao outro. O mais legal disso tudo foi proporcionar aproximações entre os jovens localizados em diferentes territórios e comunidades, para que eles percebessem as diferentes realidades, necessidades, mas também as semelhanças que os cercavam. Foi lindo!

Elisa Stein – Estudante do 2º Ano do Colégio Marista Graças

Foi um projeto lindo! Se tornou ainda mais significativo porque nós que fizemos, planejamos, montamos e pensamos. Com isso, não posso negar que tiveram momentos de estresse, preocupação e ansiedade, por ter sido tudo muito rápido. Valeu a pena cada segundo. Nos conectamos mais, partilhamos sentimentos e ideias de uma maneira diferente. Quem participou sabe como foi especial. Na manhã que recebemos os estudantes da escola indígena, foi como se uma bolha estivesse estourado: enxergamos a vida de um jeito mais valioso e apesar de sentirmos a adolescência e termos semelhanças, somos todos diferentes. É isso que tornou nossa experiência tão valiosa. Cada um de nós, dentro do Marista, da aldeia e do mundo, somos únicos. Olhares e amores, mentes e corações. Tudo retratado em fotografias.

Nicole Schestak – Estudante do 2º Ano do Colégio Marista Graças

Gostei muito da ideia de explorarmos mais a arte da fotografia, desde aprendermos técnicas fotográficas, visitar uma exposição e criar uma exposição com a turma. Foi uma experiência ótima compartilhar nossas fotos com pessoas que não temos tanto conhecimento sobre e que muitas vezes somos ignorantes sobre a cultura. Com toda a certeza, vou levar os ensinamentos dessas atividades para a vida toda. Arte para mim, sempre foi o maior e mais belo meio de expressão, afinal, existem diversos tipos e formas de arte. Com esse projeto, me apaixonei ainda mais pela arte, mas agora, na forma de fotografia. Quero agradecer a todos que participaram do projeto por proporcionar experiências incríveis. A verdadeira arte é só um reflexo dos sentimentos de quem a contempla.

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