Após o departamento de Vigilância em Saúde (DVS) confirmar que um morador de um lar de idosos do município testou positivo para COVID-19, o Ministério Público está preocupado com a propagação de um surto.
Na tarde da quarta-feira (8), diretor da DVS Clayton Ferreira fez contato com promotora de Justiça Gisele Moretto e informou sobre o contágio. Em troca de mensagens por WhatsApp, ele chegou a citar a possibilidade de interdição.
Gisele Moretto, então, pediu para saber quais as medidas adotadas pelas autoridades de saúde de Viamão e pelos responsáveis da casa de repouso. Ela orientou que seja realizada uma investigação epidemiológica no estabelecimento, incluindo a testagem dos demais residentes.
A promotora concedeu prazo até às 12h de amanhã (9) para o retorno da Vigilância ao MP, comunicando se há ou não surto no lar de repouso e quais as medidas efetivadas.
No mesmo diálogo, Gisele Moretto revelou que tem conhecimento de casos no Hospital Colônia Itapuã e questionou o diretor da DVS sobre de quem é a competência sobre a investigação epidemiológica: se da Prefeitura ou do Estado.
Responsável pela casa de repouso nega surto
A reportagem do Diário de Viamão ouviu uma representante da instituição, que está localizada na região central da cidade. O nome dela e do lar serão preservados pelo menos até que todas as investigações sanitárias estejam concluídas.
Segundo afirmou, o idoso, que não teve a idade confirmada, foi encaminhado no dia 3 deste mês ao Hospital Ernesto Dornelles, na Capital, com sintomas de uma doença preexistente. A infecção por coronavírus, defende ela, teria ocorrido na casa de Saúde.
– O idoso saiu daqui com bacteremia (presença de bactérias na corrente sanguínea), que ele já tem há anos. Ele fez o teste do sangue (IgG/IgM) no dia 3 e deu negativo. Três dias depois, já internado, fez o swab (teste molecular RT- PCR) e esse deu positivo. Então, eu digo com toda a certeza que não tem mais pacientes com COVID aqui – completa.
Como é feito o diagnóstico
Testes rápidos:
– De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os testes rápidos são capazes de dar uma resposta quase imediata se a pessoa já teve a doença. A partir da coleta de sangue, que permite verificar a presença de anticorpos no soro ou no plasma do paciente, esses exames podem apresentar o resultado em até 30 minutos.
– É preciso, no entanto, que o corpo tenha tido tempo de produzir as defesas contra o vírus para que o exame dê um resultado positivo. O tempo estimado é de pelo menos oito dias após o início dos sintomas para que seja possível indicar se a pessoa teve contato com o vírus.
– O resultado é dado por meio de uma substância reagente, que muda de cor ao entrar em contato com as imunoglobulinas (anticorpos produzidos pelo corpo contra infecções). Os testes rápidos para COVID-19 são os que identificam as imunoglobulinas G e M (IgG/IgM). Caso a pessoa já tenha tido contato com o vírus, ela pode ter imunidade temporária ou resistência à doença.
Teste molecular:
– Os teste RT- PCR, por outro lado, identificam a presença de material genético do vírus no corpo do paciente. A sigla em inglês significa: Reação em Cadeia da Polimerase com Transcrição Reversa. De acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), são esses testes que determinam de forma mais confiável se a pessoa tem ou não COVID-19.
– Para fazer o exame, são coletadas amostras de secreções do nariz ou da garganta do paciente. Em geral, esses testes são feitos, sob prescrição médica, quando a pessoa apresenta sintomas da doença. Ele não mostra se a pessoa já teve a doença, como os sorológicos, mas se há vírus vivos no corpo da pessoa naquele momento. Esse teste deve ser feito pouco tempo depois de a pessoa apresentar os sintomas. Caso seja feito muito tempo depois, em um estágio final da infecção, pode não haver mais traços suficientes do vírus para um diagnóstico preciso.
O que dizem Prefeitura e Estado
De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde, "a equipe presta o suporte necessário". Segundo o órgão municipal, "o Estado também acompanha e, a partir de agora, os exames RT-PCR serão coletados pela equipe de enfermagem do local e serão enviados diretamente ao LACEN".
Ainda conforme a DVS, uma equipe do hospital Colônia "faz o acompanhamento e informa os casos e dos óbitos através de uma planilha de monitoramento específica".
A Saúde do Estado não retornou o pedido de entrevista feito pelo Diário de Viamão até a publicação da matéria.
O que diz o Hospital Colônia
A reportagem tenta contato com a direção do Hospital Colônia Itapuã.
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