Regras de comércio foram flexibilizadas na semana que antecedeu o 9 de agosto
por Rafael Martinelli | Publicada em 19/08/2020 às 00h| Atualizada em 26/08/2020 às 13h34
Compilei as estatística dos últimos 10 dias, que coincidem com a flexibilização das regras para reabertura das atividades econômicas a partir da semana do Dia dos Pais.
Siga a ‘ideologia dos números’ e, abaixo, comento.
Viamão registrava no domingo (9) 665 casos, com 214 recuperados, 1417 testes realizados e 92 óbitos notificados. Nesta quarta (19), 981 casos, com 251 recuperados, 1.764 testes feitos e 113 vidas perdidas.
São 316 casos e 21 mortes a mais. Significa 31,6 casos registrados por dia, ou quase dois casos por hora. São, também, mais de duas mortes a cada 24h. A incidência de contágio cresceu de 260.6 a cada 100 mil habitantes para 384.4/100 mil habitantes.
Gravataí somava 1.765 casos, com 941 recuperados, 4.551 testes feitos e 72 vidas perdidas. Nesta quarta, 2.505 casos, com 1.726 recuperados, 5.952 testes feitos e 89 vidas perdidas.
São 440 casos e 17 mortes a mais. Significa 44 casos registrados por dia, ou quase dois casos por hora. São também quase duas mortes a cada 24h. A incidência de contágio cresceu de 594.3 a cada 100 mil habitantes para 843.3/100 mil habitantes.
Cachoeirinha tinha 1.470 casos, com 1.025 recuperados, 5.030 testes feitos e 29 óbitos. Nesta quarta, 1.824 casos, com 1.211 recuperados, 5.747 testes e 36 vidas perdidas.
São 354 casos e 7 mortes a mais. Significa mais de 35 casos por dia, ou um caso e meio a cada hora. São quase uma morte a cada 24h. A incidência de contágio cresceu de 1.091.4 a cada 100 mil habitantes para 1.312.4/100 mil habitantes.
Porto Alegre tinha 9.945 casos, com 6.539 recuperados e 438 mortes. Nesta quarta, 12.185 casos, com 8.081 recuperados e 547 mortes.
São 2.240 casos e 109 mortes a mais. A incidência de contágio cresceu de 670.3 por 100 mil habitantes para 735.0/100 mil.
O Rio Grande do Sul registrava 83.991 casos, com 74.040 recuperados e 2.360 óbitos. Nesta quarta, 101.217 casos, com 92.005 recuperados e 2.822 óbitos.
São 17.226 casos e 462 mortes a mais. A incidência de contágio cresceu de 738.2 por 100 mil habitantes para 889.6/100.000.
No Brasil era 3.035.582 casos, com 2.418.160 recuperados e 101.136 vidas perdidas. Nesta quarta, 3.407.354 casos, com 2.554.179 recuperados e 109.888 vidas perdidas.
São 371.772 casos e 8.752 mortes a mais. A incidência de contágio cresceu de 1621,4 por 100 mil habitantes para 1.444.4/100 mil.
A Região Porto Alegre, a qual pertencem Viamão, Gravataí e Cachoeirinha, e segue na bandeira vermelha (mais para rosa, e desbotando), de alto risco, tinha no domingo do Dia dos Pais uma ocupação de 81.4% nas UTIs. Eram 80.3 no SUS e 83.4 privados. Pacientes com COVID-19, ou sob suspeita, já eram a maioria. Naquela noite, 50.9. Para efeitos de comparação, em 1º de julho a taxa era de 9.1%.
Nesta quarta, a ocupação era de 82.4% nas UTIs. Eram 81% no SUS e 84.9 privados. Pacientes com COVID-19, ou sob suspeita, já eram a maioria: 58%. Para efeitos de comparação, em 1º de julho a taxa era de 9.1%.
Ao fim, não há nenhum indicador positivo além do óbvio crescimento nos recuperados. Ilógico, mas estamos buscando desbotar ainda mais uma bandeira vermelha que já é rosa, como tratei em Viamão ’arrepiou’, por enquanto, de proposta que envolve Porto Alegre para flexibilizar ainda mais a bandeira vermelha​ e links relacionados no artigos.
Não é uma relação direta entre o Dia dos Pais e hoje, porque os casos tem diferentes períodos de internação, mas somando as mortes registradas em Viamão Gravataí, Cachoeirinha e Porto Alegre, nestes 10 dias, é como se tivesse caído um Airbus, como aquele da TAM que saiu de Porto Alegre para São Paulo, em 2007. Em casos, e aí a relação fica mais próxima com maiores aglomerações, são 3.350.
É como, em meio à uma guerra, estivéssemos nos acostumando aos bombardeios – e, mesmo testemunhando a tragédia do vizinho, resolvêssemos sair para comemorar mais um dia vivo tomando umas cervejas.
Como Dr. Stockmann, de Um Inimigo do Povo, de Ibsen, denuncio.
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