O ‘conto de fardas’ da votação paralela em papel; Voltem aos pijamas, milicos golpistas! Forças Armadas não mandam, obedecem

É um conto de fardas.

As Forças Armadas apresentaram nesta quinta-feira, no Senado, uma proposta de votação paralela no dia da eleição com cédulas de papel.

A recomendação, digna de entrar nos anais dos Grandes Lances dos Piores Momentos da História do Brasil, foi feita pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, durante audiência convocada pelo amalucado senador governista Eduardo Girão (Podemos-CE).

A sugestão segue a linha do discurso recorrente do presidente Jair Bolsonaro, que, com Lula liderando as pesquisas e com potencial de vencer em primeiro turno, tem colocado em dúvida a segurança do processo eleitoral, mesmo sem qualquer prova de falha ou fraude nas urnas eletrônicas.

Conforme o Estadão, a proposta das Forças Armadas usa como justificativa a necessidade de reforçar a transparência da votação. Segundo o ministro da Defesa, a votação adicional seria apenas um “teste de integridade” das urnas eletrônicas em 2 de outubro.

Além da votação com cédulas de papel, haveria uma segunda urna eletrônica nas seções escolhidas. Essa testagem, segundo os militares, poderia ajudar a dar mais segurança às eleições, apesar de nenhuma investigação oficial já ter detectado fraude nas urnas eletrônicas.

Esse “teste” seria uma fase a mais no processo de fiscalização das eleições, como previsto no plano elaborado pela Defesa, relevado pelo jornal.

Trazendo para o chão que pisamos, bastaria alguém, em alguma urna de Viamão, votar em um candidato na urna eletrônica e em outro na “urna teste de integridade” para a bagunça estar feita.

O golpe está aí, cai quem quer.

É a casca atirada para a democracia escorregar e o Brasil se tornar uma República de Bananas.

Ao fim, associo-me ao comentarista da Globo News, Daniel Sousa, que entende que as Forças Armadas nem deveriam ser ouvidas no processo eleitoral.

– As Forças Armadas não têm que ser ouvidas neste processo. Não é papel delas, numa República, dar palpite sobre processo eleitoral. Dizer se o processo eleitoral deveria ser assim ou assado – disse o economista, ensinando a quem não conhece sua Constituição, a Bíblia da República:

– É sempre importante lembrar que as Forças Armadas não são um poder. Elas não são, de forma alguma, um poder revisor. Não estão no mesmo patamar do Supremo Tribunal Federal. As Forças Armadas são burocracia do Estado. Burocracia do Estado obedece, não manda. Burocracia do Estado não dá palpite.

Voltem aos seus pijamas, milicos golpistas.

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