O mundo de Alice | Sentimentos que te atravessam: a difícil missão de se concentrar no agora

Tenho refletido sobre sentimentos que me atravessam, como uma flecha ou uma faca. Angústia, medo e insegurança, tudo isso dentro de uma caixinha pesada e escura chamada de ansiedade.

A ansiedade é uma visita inconveniente, diferentemente da solidão, que traz o silêncio. A ansiedade é aquela visita que não para de falar. Aquela pessoa que não consegue concluir um assunto, aquela pessoa que te interrompe a todo momento, aquela pessoa que você não vê a hora dela ir embora.

Sentimentos que te atravessam são aqueles incontroláveis, desobedientes e impulsivos. É o choro que vem acompanhado da seguinte pergunta: Por que eu estou chorando? Isso é ansiedade.

Um oceano sujo, cheio de coisas que jogaram lá, pensamentos que atropelam e rasgam o peito de modo dilacerante. Momentos em que o cérebro não encontra a razão e se rende ao coração palpitante e acelerado.

Perguntas sem resposta e um futuro cheio de dúvidas, um passado culposo e um remorso que não se explica.

Dentre tudo isso, uma briga entre presente e futuro, presente e passado. É de modo paradoxal que a ansiedade se manifesta, nos sequestrando do agora e nos forçando a olhar para trás ou para frente. E então o exercício mais penoso se torna prestar atenção no que está acontecendo aqui e agora, hoje.

As tarefas que tenho para concretizar hoje, o café que estou passando agora e o aroma que ele tem. O abraço que recebi mais cedo ou o beijo de bom dia. A preciosidade daquela comida que comi no almoço, e a corrida que pude fazer enquanto assistia ao pôr do sol.

Toda essa observação vira um esforço tremendo de se fazer quando a ansiedade nos visita. Ela nos impede de olhar para a vida que há em tudo o que estamos realizando hoje. Os pequenos passos dados todos os dias, e as pessoas que se alegram com a nossa presença. A ansiedade te nega todos esses fatos e te impõem dúvidas sobre o futuro e culpa sobre o passado.

Todos nós já nos sentimos assim em algum momento da vida, paralisados pelos sentimentos que nos fazem sucumbir ao pior de nós mesmos.

E o que nos levanta?

O que nos levanta são as pequenas grandes coisas que presenciamos todos os dias, os detalhes que não são notados por nós. A criança aprendendo a falar, os passinhos cambaleantes. A comida, a coberta quentinha no final do dia, o chá que nos aquece. O amor que ficou mesmo depois de dias complicados, o amigo que permanece mesmo que tenham se afastado.

Todos esses acontecimentos nos trazem para cá, desse lado da vida onde tudo realmente acontece: O agora, o hoje.

O que você está fazendo agora que te faz perceber o presente?

Com amor, Alice.

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