Quando passei no vestibular que tanto queria, pensei que, de alguma forma, aquilo me traria grandes respostas de vida. Quando encontrei alguém para amar e gostar, pensei que, de alguma forma, aquilo iria suprir todos os meus desejos e anseios do coração. Quando comecei a escrever para o Diário de Viamão, tive essa mesma sensação, a sensação de que “agora sim”, “agora me sinto completa”.
Acontece que, de certa forma, sempre experimentei esse sentimento de completude de modo fugaz, como se aquele objeto de desejo pelo qual tanto sonhei, fosse de alguma forma mágica transformar tudo ao meu redor. E me frustrei muitas vezes, ao descobrir que na verdade a vida não é assim.
Não estamos vivendo com um mapa que nos direciona ao ponto de partida e ao ponto de chegada, não existe de fato um momento em que nossos questionamentos cessam e nossas dúvidas acabam para sempre.
Na vida, não existe o pote de ouro no final do arco-íris. Ou melhor, existe sim, mas não apenas um. Existem vários potes de ouro à nossa espera. Essa felicidade que buscamos todos os dias não se resume ao diploma, ao dia do casamento, ao gerar outro filho ou sair do ensino médio.
Porque quando estivermos realizados em todos esses âmbitos, desejaremos outros mistérios, e ficaremos aguardando a próxima aventura. Isso que é viver, jamais se fechar, pois as propostas estão à espreita logo ali na esquina.
Que possamos nos permitir viver de acordo com o que vier, de modo a não determinar onde começa e onde termina. As expectativas virão, mas é imprescindível que estejamos sempre dispostos a mudar de rota, sem ver isso como algo ruim, mas algo inerente à vida.
Com amor, Alice.