Estava conversando com uma amiga sobre processos e caminhos. Caminhos diferentes que tomamos em nossas vidas, que nos distanciaram, mas que nos trouxeram grandes conquistas e alegrias ao longo do percurso. Estávamos falando sobre os inúmeros processos em que entramos até chegar aqui, até encontrar uma à outra e compreender o sentido de algumas coisas pelas quais passamos.
Perdas, felicidades e vitórias. Quantas vezes nós nos perguntamos: por que comigo? Por que agora? O que eu fiz para merecer?… E, no entanto, passados alguns dias ou meses, ou até mesmo anos, aquelas dores se explicam e somos curados pelo Deus supremo que rege todas as coisas: o Tempo.
Nossa conversa me levou para um novo nível de entendimento sobre cura, transformação e processos. Pois pude enxergar a clara passagem da dor para um estado mais ameno de tristeza, e então a cura. A cura que pode chegar em forma de alguém novo para amar, depois de tanto medo de amar de novo. A cura que pode chegar na forma de uma conversa com uma amiga, um acerto de contas e um encontro de vulnerabilidades, um: eu te entendo amiga(o)!
Tudo passa, se transforma e ganha outra cor. Nossa ansiedade nos leva a crer que a ferida permanece aberta para sempre, que o novo não virá. Passamos a não acreditar em um futuro belo, de novos aprendizados e novos sorrisos. Passamos a crer que o novo amor não virá, nem a nova amizade, nem a nova viagem e o novo emprego.
Quanto tempo leva até fazer sentido cada processo doloroso que a vida nos traz? Quanto tempo leva até fazer sentido o coração partido? Eu não sei, talvez nunca saiba. Mas acredito profundamente que a cura é a mãe de cada um desses processos, ela acompanha sutilmente cada dor, depositando um pouquinho de renovação em cada ferida, a cada dia que passa.
Até que chega um dia em que a paz nos alcança. Sentimos nosso peito descansar sob o lençol da esperança novamente, de modo que se torna possível ver o novo horizonte, antes tão escondido atrás do receio de nunca mais voltar a ser o que era.
No meio de tudo isso, acabamos por encontrar novamente tudo aquilo que pensamos perder, nós mesmos e nossa essência. Com a cura, vem a transformação. E com a transformação, vem a possibilidade de recomeçar, ainda mais bela, ainda mais forte e madura: a vida e seus processos.
Eu acredito nisso e espero que você encontre um lugar em que possa enxergar o horizonte de cura de cada um dos seus processos.
Semore com amor e força, Alice