Sem dinheiro, Vila Isabel aguarda definição

Vila Isabel iria lutar para retornar ao Grupo Especial do carnaval de Porto Alegre

E a crise no Estado que cancelou a tradicional celebração de réveillon de Porto Alegre, parece que agora chegou também na maior festa popular do país, o carnaval. Na sexta-feira (6), o novo prefeito da Capital, Nelson Marchezan Jr, solicitou um estudo sobre alternativas de captação de recursos para tentar viabilizar o desfile das escolas de samba neste ano, uma vez que a prefeitura não tem condições de arcar com os custos que costumavam ser pagos pelo município. A estimativa é de que o evento custe, em cachê dos carnavalescos e infraestrutura do sambódromo, R$ 7 milhões.

O presidente da Unidos de Vila Isabel, de Viamão, Cléber Tavares, afirma que a produção de fantasias, carros alegóricos e todo o restante necessário para por a escola na avenida está paralisado.

— Desde junho do ano passado (quando as escolas se reúnem com a prefeitura para definir os repasses) quando o convênio não foi assinado, as escolas já ficaram com o pé atrás. Eu tenho a esperança e espero que mesmo que os desfiles não aconteçam algum evento simbólico seja feito para que a importância do carnaval não seja deixada de lado.

Ele acredita que mesmo que haja uma definição nos próximos dias, os desfiles seriam prejudicados em todos os sentidos.

— Mesmo que ficasse decidido hoje a realização do carnaval, teríamos que ter pelo menos 60 dias para preparar tudo. O desfile já ficaria para março. Ou seja, na melhor das hipóteses, se sair, será atrasado e bem abaixo da qualidade apresentada nos outros anos devido ao curto prazo— diz Cléber.

A Unidos de Vila Isabel foi rebaixada no último ano e, em 2017, iria lutar no Grupo de Acesso para voltar ao Grupo Especial. A escola já tem o tema-enredo e samba-enredo pronto.

— O tema seria “Sou Vila Isabel, sou vaidade” e iríamos trazer para a avenida, de forma humorada, todas as formas da vaidade humana.

Parceria de fora

Cléber diz ainda que uma reunião entre a Liga Independente das Escolas de Samba de Porto Alegre (Liespa) e a secretaria de Cultura de Porto Alegre, que aconteceu na manhã desta segunda-feira (9), deveria definir o que será feito. A alternativa dos carnavalescos – sugerida pelo prefeito – é tentar parcerias para tentar viabilizar o evento. O objetivo daqui por diante é que o carnaval não dependa apenas de investimentos públicos municipais.  

 

Reunião da prefeitura com a Liespa na última sexta-feira (6) / foto: Joel Vargas/PMPA

Em dívida

Na reunião de sexta-feira (6), a comunicação da prefeitura de Porto Alegre informou que a equipe foi surpreendida por dois contratos que somam R$ 300 mil reais, assinados em dezembro do ano passado, um para o fomento dos grupos do Carnaval da Capital. No último dia de dezembro, a antiga gestão pagou R$ 7 mil para o grupo especial e R$ 3 mil para a União das Entidades Carnavalescas do Grupo de Acesso de Porto Alegre, deixando uma dívida de R$ 290 mil com prazo de pagamento até 4 de janeiro. Na reunião, o prefeito reforçou que a situação financeira da Prefeitura de Porto Alegre é crítica.

— O volume de despesas contratado na gestão anterior é muito superior ao das receitas previstas. Temos que priorizar quais serão pagas para garantir os serviços essenciais à população. Estamos priorizando saúde, educação infantil, assistência social e desligando cargos em comissão — explicou. 

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