Se quiser abrir uma queda de braço interna no PDT para ver quem está certo, Dédo perde. Se sair, perde o PDT
Uma figura importante no PDT estadual já soprou nos ouvidos de Dédo Machado uma alternativa política que pode fazê-lo permanecer no partido e, mesmo assim, assumir um cargo no governo de André Pacheco a partir de janeiro, caso seja convidado: uma licença partidária.
A licença manteria a filiação, mas evitaria o rígido e diário controle do partido sobre os atos do filiado.
O caso não é novo: José Fortunatti, prefeito de Porto Alegre, esteve licenciado do PDT até recentemente depois que a bancada do partido lhe negou apoio a projetos importantes do governo. Fortunatti não foi expulso por isso, mas pode manter a independência que lhe cabia na ocasião.
É o precedente perfeito para Dédo.
Para onde vai?
No fundo, Dédo não quer sair do PDT. Quando entrou, abriu uma relação com o presidente estadual da sigla, Pompeo de Mattos. Dédo também é amigo pessoal do ex-prefeito de Gravataí, Daniel Bordignon, que ganhou a eleição de outubro mas não pode assumir por ter perdido, dias atrás, os direitos políticos. Bordignon viu encerrado um processo em que foi condenado pela contratação emergencial de servidores entre 1997 e 2004, quando foi prefeito da cidade.
Agora, Gravataí terá uma nova eleição – e a mulher de Bordignon, Rosane, disputará o cargo. Dédo já foi chamado lá para ajudar na mobilização e, depois, em caso de vitória, assumir uma secretaria.
As especulações o colocariam na Secretaria de Serviços Urbanos ou até mesmo na Fazenda, como homem de confiança de Bordignon.
Não interessa para Dédo, portanto, deixar o PDT.
Por outro lado, abriu-se diante dele e de Alexandre Godoy, o cara que toca o PDT em Viamão, um irreparável abismo político. Godoy quer o partido na oposição e rechaça qualquer aproximação com André Pacheco ou Valdir Bonatto, justamente os dois que mais fazem questão de ter Dédo no governo.
Dédo deseja ficar, mas está com tudo para sair. Daí é que a solução da licença parece um ponto de luz sobre o imenso breu político em que o PDT de Viamão se tornou para o seu candidato a prefeito.
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