A média diária de infectados pela covid-19 em Viamão já aumentou 800% em relação ao mês de dezembro de 2021. Há três semanas, como o DV reportou em A explosão da ômicron: Viamão erra em momento crucial, há uma crescente.
A ‘ideologia dos números’ e o povo à espera por atendimento começam a pressionar por novas restrições, apesar de ainda não ser a intenção do prefeito. O apelo de Valdir Bonatto é pelos cuidados individuais da comunidade, que já vive o ‘novo normal’. São os protocolos sanitários como uso de máscara e álcool gel, lavagem de mãos e distanciamento social, além de observar os prazos para as doses de reforço da vacina.
Mesmo que sem a mesma virulência e letalidade, os indicadores voltaram aos piores momentos da pandemia em número de infecções. É o efeito da ômicron, que já tem DNA viamonense.
Espero que permaneça a boa notícia da redução de vidas perdidas – seis em 21 dias -, frente a uma média de uma a cada dois dias em dezembro, a mesma média registrada entre novembro e setembro. Para efeitos de comparação, Foram 7 mortes em novembro, 12 em outubro e 13 em setembro. Em março – pico da variante Delta – perdemos 194 vidas em Viamão. Já temos, infelizmente, uma em fevereiro.
Dezembro fechou com 15.2445 casos e 779 mortes desde o início da pandemia, em março de 2020. Às 18h desta quinta-feira, 3 de fevereiro, já eram 21.276 infectados. Apenas nas últimas 24 horas, 580 novos doentes. A média de casos a cada 24h, que foi de 9,53 entre setembro e dezembro de 2021, hoje é de 188/dia – 18,8 vezes mais.
Se no apagar das luzes de 2021 não havia lotação dos leitos, hoje já há. O Hospital Viamão tem, hoje, 22 pacientes para 30 leitos de UTI covid (73,3%) e 6 pacientes para 15 leitos de enfermaria covid. Nesta tarde os leitos covid estão todos lotados.
Nesta semana a região Porto Alegre (R10), a qual pertence a Velha Capital, deve receber pela segunda vez consecutiva o ‘Alerta’ do Gabinete de Crise do Governo do Estado, conforme do sistema 3As. Ainda não deve haver nenhum aumento de restrições decretado pelo governador. Eduardo Leite já comunicou que aguarda os prefeitos.
O consenso, dos governos e especialistas, é que, graças ao sucesso da vacinação, apesar da explosão de casos a alta das hospitalizações não ocorre na mesma velocidade que a elevação de pessoas confirmadas com a doença. No Rio de Janeiro, por exemplo, dados divulgados pela BBC Brasil nesta semana registram que 90% dos internados nos hospitais fluminenses não completaram o esquema vacinal disponível no Estado e 38% deles sequer tomaram qualquer dose da vacina.
Ao fim, são os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos: só a vacina protege a vida e a economia.
É a ‘ideologia da ciência’, covidiotas.
Leia também:
Ômicron pode ser o vírus de mais rápida propagação da história