Janeiro quente. Versos apaixonados.Preguiça,fome, transparência. Mais alguns versos do passado para os amantes de poesia.Espero que gostem.Saiu do fundo do meu coração.
A Última Onda Cinza
Dentro do mar
Mora um tesouro
De luzes e cores.
Dentro do mar
Habita a fórmula
Do sim e do fim.
Dentro do mar
Mora um princípio
Depois da
Gigantesca onda cinza,
Nem datas nem símbolos.
Só águas…
Bairro São Francisco
A plebe bufa
Travestida de forte
Carregam cartazes
Na passeata
De ida suada
Estão unidos e veementes.
Forças agem,
Poucas e silenciosas.
São cruéis.
A plebe volta
Transfigurada e fraca,
Arreiam bandeiras
Cansados e coitados.
São analfabetos.
São muitos.
Eu Liberta
Libertei-me do vão que atravessava a porta
Libertei-me da solidão, da insegurança…
Eu liberta, figuro em mim com uma exaltação,
Ou talvez uma mulher atrevida de um tempo sem explicação!
Amanhecer
Sons silábicos
Pássaros cantantes
Fazem lembrar
Que a natureza está viva…
Apesar da poluição
Que assola cidades,
Na desumana fuligem
Dos centros do mundo…
Estranha
Vegeto…
estranha…
nos descaminhos
Seria eu?
Ou muitas?
Ou apenas “caos”?
Na manhã estranha,
de sol chegante
e neblina densa
Dúvida
Às vêzes
Não sei se é
A vida que me enlouquece
Ou eu
Que enlouqueço a vida.
Insana
Pequena,
ínfima,
abreviada,
transparente,
submissa!
Grosseira,
tosca,
fosca,
enebriante,
Confusa de
mente brilhante!
Onde andará
teus passos?
Nesta caminhada
opaca,
vulcânica,
ofuscada.
Com muitasinterrogações e nenhuma
resposta.
Ainda assim…
permaneces no ar
e no mar…
Louca!
Estupidamente louca!
Lacre
A boca não mais falava.
Não comia.
Kafkaniana…
Não mostrava dentes,
Se foi…
Com a noite e
O vento triste…
Pintada e lacrada
num baton carmim.