Vila Isabel irá atrás do prejuízo na justiça

Comunidade foi até o Porto Seco, mas não pode desfilar

Estava tudo pronto. Pegou fogo. Às pressas, tudo é reconstruído novamente. Chega o dia do desfile, comunidade toda presente, mas o carnaval é cancelado.

 

Deu tudo errado esse ano para a Unidos de Vila Isabel.

Mesmo com a crise e a falta de repasse financeiro por parte da prefeitura de Porto Alegre, a escola estava pronta para se apresentar e lutar para voltar ao grupo de elite do carnaval (chamada de Série Ouro). Na última quarta-feira (22), um incêndio causado pelas fagulhas das soldas destruiu o carro abre-alas, principal alegoria da escola. Com a união da comunidade, o carro foi refeito e, segundo o presidente Cléber Tavares, estava "tão bonito ou mais do que o anterior".

Mas a onda de más notícias não havia terminado. No final da tarde do grande dia, sexta-feira (24), o Complexo do Porto Seco é interditado pelos bombeiros da Capital e o carnaval da Série Prata é cancelado. O motivo foi o descumprimento do Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI). 

Como a escola era a segunda a desfilar na noite, todos os componentes já estavam presentes, devidamente preparados com suas fantasias.

— Além de um prejuízo financeiro, foi um enorme prejuízo emocional. Fomos muito humilhados, foi triste ver os componentes chorando: pessoal da velha guarda, crianças, destaques, ala das baianas. Os carnavalescos não poderam entrar em um lugar que é deles. Isso foi uma irresponsabilidade, falta de compromisso com as pessoas que se dedicaram a fazer o carnaval da Vila Isabel e não tiveram nem o desfile como recompensa. O que ganhamos nesse ano foram apenas dívidas — diz Cléber.

Ainda na sexta-feira, cogitou-se a possibilidade de o desfile da Série Prata ser transferido para o domingo (26), o que não se confirmou devido ao alto custo da operação.

—  Seria inviável pois a pista de eventos foi desmontada já no domingo, além disso, teria a indisponibilidade dos serviços públicos e os altos custos para as escolas com ônibus, locações de geradores, iluminação, segurança, deslocamento das alas e outros serviços para produção do desfile.

O prejuízo financeiro ainda não foi calculado. Nos próximos dias será debatido pela diretoria da escola as formas cabíveis de se buscar um ressarcimento.

— Nós vamos buscar os nossos direitos na justiça. Ninguém aqui queria ter descumprido regra. Elas foram feitas para serem seguidas. Mas, fomos lesados gravemente e a culpa não foi nossa.

Cléber acredita que todas as escolas da Série Prata deveriam passar a integrar a Série Ouro, criando-se um grande grupo.

— Acho que como recompensa deveriam subir todas as escolas e não ter rebaixamento. É o justo a ser feito. Já que o carnaval vai passar a ser uma festa particular e não contará mais com recursos públicos, acho que podemos fazer as nossas prórprias regras.  

 

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