A importância histórica e social de Viamão iniciou-se quando foi sede das primeiras estâncias de criação de gado. Os grandes rebanhos de gado e cavalos que existiam na Campanha do Rio da Prata transitavam por Viamão para serem comercializados em Laguna (SC).
A partir de 1732, o Rio Grande de São Pedro – como era conhecido o RS – passou a atrair colonizadores que se radicaram na região de Viamão.
O município, portanto, foi um dos primeiros núcleos de povoamento do estado (formado por lagunenses, paulistas, escravos e portugueses).
Só a partir de 1752 chegaram os primeiros casais de imigrantes açorianos, que desembarcaram na região de Itapuã.
Esses açorianos são os mesmos que colonizaram a região do Porto dos Casais, atual capital do estado. Além de Porto Alegre, a população de Viamão originou cidades como Santo Amaro, Triunfo, Rio Pardo, Taquari e as cidades do litoral norte.
Os habitantes primitivos foram os índios mbyá-guaranis e caigangues.
A data de fundação do município é de 14 de setembro de 1741, em cujo ano também foi dado início à construção da Capela Nossa Senhora da Conceição – atual Igreja Matriz de Viamão. O município viveu tempos de glória como Capital.
No século 18, a ameaça de invasão castelhana manteve no futuro município a sede administrativa do governo durante quase 10 anos. quase um século depois, a história de repetiu.
Os lideres da Revolução Farroupilha escolheram a Capela de Viamão para fundar a Vila Setembrina, uma espécie de sósia revolucionária da Porto Alegre legalista.
Chefiando exércitos espanhóis, Pedro Cevallos tomou a freguesia de Rio Grande – sede da capitania – no dia 12 de maio de 1763.
Depois de tentar governar de São José do Norte, o comandante Inácio Elói de Madureira transferiu a administração para Viamão.
Os açorianos estavam se estabelecendo no Porto dos Casais, quando Viamão transformou-se na segunda sede da Capitania.
O ato foi oficializado em 16 de junho de 1764. Por quase uma década, o povoado se desenvolveu sob a sombra de Portugal.
Assim podia ter continuado, não fosse o desejo de um novo governante. Nomeado em 1769, o coronel José Marcelino de Figueiredo se apaixonou por Viamão, mas acabou se casando com Porto dos Casais.
Foi para lá que ele resolveu transferir a capital em 1773. Viamão ficou abandonada e o Porto de Itapuã perdeu importância para o "Porto Alegre" de Nossa Senhora Madre de Deus.
Em 1809, a segunda freguesia da Capitania foi absorvida pela atual Capital gaúcha. Foi preciso uma revolução para que a antiga capital voltasse com tudo ao cenário político.
Em 1838, Bento Gonçalves da Silva e Domingos José de Anchieta criaram a Vila Setembrina.
Viamão e Triunfo passaram a formar a Comarca Abrilina. Na Vila Setembrina, os revoltosos reuniam as forças na contra-ofensiva dos ataques do governo imperial.
A falta de efetivos para participar dos combates na Campanha gaúcha e a pressão dos exércitos legalistas fez Bento Gonçalves tomar a decisão de retirar-se de Viamão em 5 de Janeiro de 1841.
O alinhamento da população nas fileiras farroupilhas era tão forte que a reconquista definitiva só ocorreu em 10 de maio. Daquela data em diante, a cidade que um dia foi capital voltou a ser vila.