“Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio… pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem.” A frase atribuída a Heráclito de Éfeso, filósofo turco que viveu entre 540 e 470 A.C, foi usada pelo ex-vereador Guto Lopes para definir ao DV a atual relação com o PDT. E tal como o pensador, considerado pai da dialética, o político de Viamão se valeu do sentido genérico das palavras para confirmar, nas entrelinhas, que pode deixar a legenda.
Seguindo a linha de raciocínio, nem Guto, nem PDT são os mesmo de ontem, tampouco estarão iguais amanhã. A convivência entre o ex-candidato a prefeito e alguns colegas de sigla é “pura correnteza”.
– O rio nunca é o mesmo – lembra Guto, de forma bastante lacônica.
Nos bastidores, contudo, há semanas é dada como certa a troca de partido. O motivo seria pressão interna envolvendo apoios para a disputa eleitoral de 2022, que se avizinha.
O ex-vereador admite turbulências, mas esfria os panos que envolvem a saída do PDT.
– Isso está parado. Igual aos aguapés do lago.
Guto também respondeu sobre a especulação criada após ser visto conversando com figuras ligadas a siglas de Direita.
– Não tem o menor cabimento. Estava almoçando em um lugar com muita gente. No mesmo espaço estavam pessoas conhecidas e nos cumprimentamos, apenas. Te digo com certeza que tenho origem na Esquerda e permanecerei na Esquerda – enfatizou.
Opino:
Não brinco de palpiteiro, menos ainda gosto de fazer previsões percorrendo as águas pantanosas da política viamonense. Mas com tanta dialética motivada por conflitos entre princípios teóricos e empíricos, é meio óbvio pensar que Guto só tem dois caminhos: PSB ou PT.
Arrisco cravar o segundo, dada a relação dele com o ex-vereador petista (e candidato a vice na chapa municipal) Adão Pretto.