Com a cabeça cheia de algoritmos, comandos e loucuras cibernéticas ela iniciou mais um dia. Tomou café. Substância que lhe proporcionava tremendo bem-estar mexendo com sua criação. A água ainda existia na pia. Canalizada e geladinha. Aparentando não estar poluída. Lavou o rosto e pensou. A simplicidade ainda existe. Nem tudo está perdido. E lá fora, árvores, vento e mar.
Harari na televisão falava de seu livro. Ela escutou impressionada com o tema. Futuro e cibernética. Harari era um homem de meia idade. Tinha conteúdo, como os grandes pensadores. Tinha sonhos proféticos, como Aldous Huxley em seu “Admirável Mundo Novo”. Sei não! Fazia uma espécie de previsão para a humanidade.
Daqui a 30 anos, como viverão os bilhões de seres humanos no Planeta Terra, pensei. Talvez sejam controlados e vigiados constantemente. Com este processo já iniciado nas redes sociais pelos robôs e computadores. A ciência da computação será um bem ou um mal. Todos estaremos enjaulados e vigiados. Isto faz sentido talvez para os governos. Talvez para as indústrias farmacêuticas.
A celebridade com que a ciência gera resultados na sociedade moderna torna necessária uma reflexão sobre os limites da aplicação do progresso científico. Esta é a discussão de base do livro Admirável Mundo Novo, publicado em 1932, que retrata uma futura sociedade tecnológica nos moldes do fordismo.
Harari, em sua obra “Sapiens”, fala: “O que possibilitou ao Homo Sapiens subjugar as demais espécies. O que nos torna capazes das mais belas obras de arte, dos avanços científicos mais impensáveis e das mais horripilantes guerras. Nossa capacidade imaginativa. Somos a única espécie que acredita em coisas que não existem na natureza, como estados, dinheiro e direitos humanos”.
Nós, humanos modernos, embora sejamos muito mais poderosos que nossos ancestrais, provavelmente não somos mais felizes. Eu, particularmente, acho que o mundo novo não está tão admirável assim. De certa forma, “insuportável”, quando penso em crianças geradas em laboratórios. Enquanto outras não têm o que comer e vestir na periferia.
E o pior, nós aceitamos e achamos normal que isto aconteça. Sem contar a parafernália tecnológica nos controlando e vigiando todo dia. Agora, estamos vivendo a época da Inteligência Artificial, sem saber se isto é um bem ou um mal para a humanidade. Alguns pensadores profetizam que a Inteligência Artificial gerará a super inteligência. E que ela terá objetivos diferentes do ser humano e nos levará a destruição.