Sim, viver vale a pena. Quando nossos pés tocam a grama, sob o sol, num domingo pela manhã. Quem sabe o que será do resto desse dia tão descompromissado e alheio aos planejamentos do mês?
Viver vale a pena, quando nossa música preferida toca no rádio, ou quando conhecemos uma melodia nova para amar.
Viver vale a pena, quando nos sentimos revigorados depois de um bom banho, aquele que lava a alma e consequentemente, o coração.
Viver vale a pena, quando estamos no carro ou no ônibus, e percebemos que estamos chegando na praia, pelo frescor do mar que entra pela janela, pela natureza que torna-se mais presente na estrada.
Viver vale a pena, quando concluímos uma tarefa que achávamos que não iríamos conseguir. Viver vale a pena, quando a confiança em nós mesmos torna-se mais palpável, e passamos a avançar sozinhos, sem muletas.
Viver vale a pena, quando uma criança sente-se segura ao nosso lado, e nos encara com admiração, como se soubéssemos tudo da vida, sem saber que ainda estamos aprendendo tanto quanto ela.
Viver vale a pena quando passamos a amar de novo, depois de um período em que tudo se parecia muito mais com o fim, do que com o começo.
Viver vale a pena pelo toque ao externo, pelo cheiro que as coisas tem, pelas estações que existem, pela graça das piadas ruins.
Vale a pena porque é uma experiência única, um pouco incompreensível e completamente misteriosa.
Vale a pena porque estamos de passagem, tal qual meros observadores de uma obra de arte, olhando de longe e as vezes, sem entender absolutamente nada.
Vale a pena pela viagem, e não exatamente pelo destino que se vislumbra em meio a tantas metas e objetivos imaginários.
Vale a pena por quem passa, por quem fica, e por quem ainda virá. Vale a pena pelo que já vimos e pelo que ainda veremos.
Vale a pena pela viagem e pela estrada que se desenha, todos os días, um pouquinho mais. Sempre em frente.
Com carinho, Alice.