Tudo que ela queria era encontrar pela vida um companheiro maluco. Insano com conteúdo. E encontrou. No jornalismo. Só poderia ser. Ele tinha inclusive feito estágio de loucura no Hospício São Pedro. Autenticado pela família. Ali, começou a esquecer seus vícios: álcool e outras coisinhas exitantes.E a criar. Desenhos e esculturas no barro. Forma-se um louco varrido amedrontado pela arte.
Na redação de um poderoso jornal ele aproveitava as horas de folga pela pintar com crayon. Tinha um caderno de desenho enorme e ia colocando nele toda sua inspiração. A temática eram casarios antigos.Talvez lembrando sua infância em São Jerônimo. E o casarão de seu tio que situava-se numa ruela próxima a igreja.As retratações atraiam simpatizantes de arte. Neste período ele não comercializava seu trabalho. Doava para amigos.
Frequentava a noite portoalegrense somente em bares de sofrência. De todas as mulheres que amou só tinha uma em seu coração. Ele a achava especial. Talvez ela fosse mesmo. Como ele, não era lá tão certinha da cabeça. Sumiu no Rio de Janeiro em plena lua de mel. Se é que aquilo foi considerado um casamento. Uma união. De loucura e cervejas. Mas em matéria de amor tudo é, mas pode deixar de ser. Se reencontraram em Porto Alegre.
Foi a conclusão de uma lua de mel prá lá de doida. Daí nunca mais se separaram. Era loucura encima de doideira todo dia. E altas exposições de arte com aquela veia artística se expandindo cada vez mais. Em todos os lugares. Culminando com uma exposição em Portugal, Felgueiras. O sofisticado grupo de intelectuais e amantes de arte portugueses, deram a ele uma aprovação. Depois do reconhecimento artístico vinhos e vinhos. E muitas passagens por botecos portugueses. Cheios de vinho do Porto e culinária exótica.. Assim, passaram-se quarenta e três anos de convivência. Ateu e revolucionário, ele adorava a medicina e o Che Guevara. Mas como era louco, optou pelo jornalismo. Carreira compactivel com a insanidade, curiosidade e conhecimento. (Ana D´Avila)