Brincadeiras do “tempo da vovó” ainda são cultivadas

Amarelinha, passa-anel, cinco marias… Provavelmente você, seus pais e avós conhecem essas brincadeiras clássicas. Mas e seus filhos? Uma boa sugestão para comemorar o dia das crianças neste feriado é tirar um tempinho para ensinar seus filhos sobre as brincadeiras antigas, ensinando-os outras formas de diversão e as possibilidades de se criar jogos. Para brincar nem sempre é preciso gastar.

Na escola, esse resgate pode ser feito de duas formas: nas aulas de educação física e em gincanas recreativas. A psicóloga e orientadora educacional da Educação Infantil e Anos Iniciais do Marista Graças, Luciana Azevedo, destaca que as brincadeiras antigas são essenciais para o desenvolvimento da criatividade das crianças.

— As brincadeiras que os pais, irmãos mais velhos e até avós faziam resgatam valores e conceitos históricos, já que eles mesmos que produziam o seu brinquedo com os materiais de sua época. Além disso, aprender a recriar e consertar são valores importante para serem trabalhado com esses brinquedos, já que, atualmente, cada vez mais se tem a cultura do descarte — salienta.

Embora consideradas ‘antigas’, essas brincadeiras trabalham com questões atuais, desde o uso de tecnologias para criar o brinquedo, até mesmo a interação com o próximo, tão necessária para uma geração acostumada a brincar sozinha em jogos online.

No Marista Graças, as crianças tem contato com brinquedos antigos desde os três anos, já que toda a proposta pedagógica é voltada para a criação dos estudantes, evitando brinquedos prontos. Isso mobiliza a família para auxiliar na criação de carrinhos, bonecas de pano, pião, bodoque, entre outros, como cinco marias, mesmo com readaptações.

Isso estimula a solidariedade, entreajuda, além de aprender a criar e cuidar do próprio material. Já nos espaços coletivos, a escola oferece amarelinhas e esportes como pula cordas e taco, um dos jogos favoritos dos estudantes no recreio.

CRIANÇAS RECRIAM UM PIÃO COM PEÇAS DE ROBÓTICA

Roberta da Rocha, estudante do 1º ano EF (6 anos), prefere brincar mais com brinquedos antigos do que eletrônicos.

— Gosto porque a gente se diverte mais, ri, brinca por mais tempo e faz vários amigos quando tem que criar nossas brincadeiras. É melhor brincar na rua com a galera — destaca.

CONFIRA ALGUMAS BRINCADEIRAS PARA VOCÊ SE DIVERTIR COM O SEU FILHO:

– CINCO MARIAS: essa brincadeira constitui em, primeiramente, procurar cinco pedrinhas que tenham tamanho aproximado ou confeccionar saquinhos e recheá-los com arroz ou areia. Primeira rodada: jogue todas as pedrinhas no chão e tire uma delas (normalmente se tira a pedrinha que está mais próxima de outra). Depois, com a mesma mão, jogue-a para o alto e pegue uma das que ficaram no chão. Faça a mesma coisa até pegar todas as pedrinhas. Segunda rodada: jogue as cinco pedrinhas no chão, depois tire uma e jogue-a para o alto, porém, desta vez, pegue duas pedrinhas de uma vez, mais a que foi jogada para o alto. Repita. Terceira rodada: cinco pedrinhas no chão, tira-se uma e joga-se para o alto pegando desta vez três pedrinhas e depois a que foi jogada. Última rodada: joga-se a pedrinha para o alto e pega-se todas as que ficaram no chão.

– RODA: em roda, cantem canções antigas e façam os gestos e representações delas. Lembramos de algumas músicas como atirei o pau no gato, ciranda-cirandinha, a linda rosa juvenil, a galinha do vizinho, a canoa virou, eu entrei na roda, cachorrinho está latindo, o meu chapéu tem três pontas, pai Francisco, pirulito que bate bate, samba lelê, se esta rua fosse minha, serra serra serrador, etc.

– ESCRAVOS DE JÓ: dois participantes cantam a música “escravos de jó, jogavam caxangá, tira, põe, deixa ficar, guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue zá”. Cada um com uma pedrinha na mão vai trocando-as e fazendo o que diz a música.

– AMARELINHA: risca-se a amarelinha no chão, de 1 a 10, fazendo no último número um arco para representar o céu. Pula-se com um pé só, dentro de cada quadrado.

– PIÃO: um pião de madeira enrolado num barbante. Puxa-se a ponta do barbante e este sai rodopiando. A grande diversão é observar o pião rodando.

– PASSAR ANEL: os participantes ficam com as mãos juntas e um deles com um anel escondido. A pessoa que está com o anel vai passando suas mãos dentro das mãos dos outros participantes até escolher um deles e deixar o anel cair em suas mãos, sem que os outros percebam. Depois escolhe uma pessoa e pergunta-se “fulano, com quem está o anel?” e a pessoa escolhida deve acertar.

– PULA CORDA: duas pessoas batem a corda e outra pula. Durante a execução da brincadeira os batedores vão cantando “um dia um homem bateu na minha porta e disse assim: senhora, senhora, põe a mão no chão; senhora, senhora, pule de um pé só; senhora, senhora, dê uma rodadinha e vá pro meio da rua”. Ao final, o pulador deve sair da corda sem errar.

– BATE FIGURINHA: Os meninos reúnem as figurinhas dos álbuns que são repetidas, fazem um montinho e batem a mão sobre elas, as que virarem ao contrário é ganha por quem bateu a mão. O jogo é feito de comum acordo entre todos, e só vale bater figurinhas repetidas para que ninguém saia no prejuízo.

– CAMA-DE-GATO: A cama-de-gato é uma brincadeira com barbante. Consiste em trançar um cordão entre os dedos das duas mãos e ir alterando as figuras formadas. Provavelmente de origem asiática, a brincadeira é praticada em diversas partes do mundo. Uma versão mais moderna é trançar um elástico com as pernas.

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