Foi inaugurado na quinta-feira um dos mais modernos estúdios de cinema e televisão do Brasil – e ele fica aqui, em Viamão. O Centro Tecnológico Audiovisual do Rio Grande do Sul (Tecna) fica na sede do Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) da Pontifícia Universidade Católica, ali onde era o antigo Seminário de Viamão.
Ao custo de R$ 6,5 milhões, de um total de R$ 27 milhões de todo o projeto que ainda prevê outras duas etapas até 2018, o estúdio quer ser uma referência para a indústria audiovisual, fora do eixo Rio-São Paulo.
– É o estúdio mais recente inaugurado no Brasil e por isso nos dá a possibilidade de ter uma tecnologia de ponta. Ele nasce de uma integração da universidade com o poder público e o setor privado, está sediado dentro de um parque tecnológico, e esse arranjo faz com que a proposta seja assim, tão contemporânea, com uma estrutura moderna e requitada – disse a coordenadora do Tecna, a professora e produtora Aletéia Selonk.
O estúdio tem 300 m² e possui paredes com isolamento acústico e piso acústico flutuante com sistema antivibração, além de grids modulares ajustáveis e uma área disponível para instalação de switch de vídeo e de áudio acopladas. Ao lado, há salas de apoio com camarins, banheiros, figurino, área de arte e áreas de base de produção.
A intenção é estimular a produção de conteúdo e de publicidade em nível nacional e até internacional, e também ser um apoio para pesquisa e ensino de práticas do audiovisual para estudantes de graduação, extensão e pós-graduação, e não só da PUCRS.
O estúdio e o ecossistema criativo
O Tecna terá uma dinâmica diferente de outros grande estúdios, que costumam disponibilizar equipamentos e profissionais. A ideia é oferecer a estrutura, apenas, na tentativa de ativar o mercado – e criar ao redor do Tecna um ecossitema criativo mais competitivo.
O local também será um ponto de capacitação. Cursos relativos às práticas de produção audiovisual estão previstos ainda para este ano.
O projeto é um anseio antigo da classe audiovisual e está em fase de desenvolvimento dentro da PUCRS desde 2011. Foi quando a universidade definiu a estrutura desejada e iniciou a captação de recursos junto ao Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, à Secretaria Estadual de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, à Finep (Financiadora de estudos e projetos) e à Fapergs (Fundação de Amparo à Pesquisa do RS).
– A gente está resgatando uma demanda histórica, de mais de 30 anos. Quando surgiram as primeiras associações e entidades de classe do setor audiovisual, todas quiseram e entenderam esse papel de agregar qualidade e aumentar a competitividade da produção local. Mas essa ideia ficava oscilando e não dava tempo dos projetos se concretizarem – lembra ela.
– Nas últimas semanas já fizemos várias reuniões com empresários e, agora que apresentamos o estúdio, já vamos poder fechar as primeiras iniciativas – completa.
Profissionais comemoram
A notícia foi recebida com entusiasmo por profissionais do audiovisual.
– Foi uma união de forças muito grande até chegar a esse estúdio e ele é tão necessário. É um lugar para se fazer tudo. E é só a primeira etapa, vai aprimorar muito mais – comenta a produtora e cineasta Luciana Tomasi.
Para o também cineasta Gustavo Spolidoro, o estúdio não deve em nada ao que se vê em São Paulo e Rio de Janeiro.
– A gente esperava por um lugar assim desde que surgiu o cinema no Rio Grande do Sul. Dá melhores perspectivas para se fazer filmagem com tudo o que é necessário para isso – diz.
Próximas etapas
Ao todo, o Tecna captou R$ 27 milhões para investir na estrutura direcionada a produções de cinema e TV. É uma iniciativa da PUCRS, em conjunto com a Fundacine e o governo do estado.
A segunda fase do projeto está prevista para ser inaugurada no final deste ano e inclui um laboratório de animação e efeitos visuais, além de uma sala para renderização de imagens de mixagem de som.
Já a terceira etapa, que deve ser concluída em dezembro de 2018, abrange um estúdio ainda maior, com 450 m², e um espaço para construção de cenários, desenvolvimento de figurinos, espaços de apoio a produção e alocação de acervo.
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