O movimento contrário à abertura de poços para extração de águas subterrâneas na localidade de Águas Claras, interior de Viamão, deu mais um passo nesta quarta-feira, dia 13 de agosto. O grupo, liderado pelo vereador Marco Antônio Borrega (PDT) e pelo ex-prefeito Eliseu Ridi Chaves, entregou ao presidente do Ministério Público de Contas do Estado (MPC), Ângelo Borghetti, um documento em que se posiciona contrário à continuidade das perfurações pela Aegea-Corsan.
- O documento solicita transparência, respeito ambiental e compromisso com a população local.
De acordo com o presidente da Associação de Moradores de Águas Claras, Omar Batista Bandeira de Fraga, a comunidade teme pela preservação do solo e dos lençóis freáticos, que garantem não apenas o abastecimento de água, mas também a produção agrícola e pecuária da região de Águas Claras e outras localidades vizinhas. “São ao menos 26 poços sendo perfurados, com instalação de canos de grande porte. Nosso movimento é pela manutenção sustentável da água na comunidade. Viemos demonstrar nossa preocupação”, declarou o líder da associação.
- A estimativa é que sejam retirados entre 550 e 900 litros de água por segundo do subsolo, o equivalente a 47 a 77 milhões de litros por dia.
Segundo o texto do documento entregue no Ministério Público de Contas, um estudo de pós-graduação realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aponta que, em curto prazo, a medida pode gerar impactos ambientais como prejuízos à agricultura e à pecuária, secagem de açudes e poços, erosão do solo e danos à flora e à fauna. “O que está sendo falado que será extraído, é um volume muito superior ao consumo de água da comunidade”, ressaltou Omar.
- A audiência no MPC foi acompanhada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pepe Vargas, além dos deputados Adão Pretto e Stela Farias, todos do PT.