A Frente Parlamentar de Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher realizou, nesta segunda-feira, 28 de abril, uma reunião do grupo de trabalho na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O encontro, que lotou a sala Salzano Vieira da Cunha, contou com a presença de representantes de diversas entidades, como a Defensoria Pública do Estado, o Tribunal Regional do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho, divisões de combate à violência de gênero, vereadores e representantes da dupla Grêmio e Internacional.
Durante a reunião foram apresentadas ações de conscientização já desenvolvidas, como a tradicional campanha Verão Sem Machismo, promovida no litoral gaúcho, além da distribuição de material informativo em eventos como o Carnaval de rua de Porto Alegre, provas da Fórmula Truck e jogos de futebol. As iniciativas buscam envolver diversos setores da sociedade no enfrentamento à violência contra a mulher.
Os relatos feitos evidenciaram a necessidade de investimento – especialmente em recursos humanos para enfrentar o problema. Ao fim do encontro, foi encaminhado pedido de reunião urgente com o governador, Eduardo Leite, e autoridades de segurança, para cobrar a implementação de políticas públicas consistentes de acolhimento às vítimas de violência. A urgência é reforçada pelos dados alarmantes: somente no mês de abril, ao menos 10 mulheres foram vítimas de feminicídio no Rio Grande do Sul, sendo seis casos registrados durante o feriado da Sexta-feira Santa. Durante o ano, 27 mulheres perderam a vida dessa forma no estado.
Dentre os objetivos da proposta elaborada pela bancada do Partido dos Trabalhadores estão a recriação imediata da Secretaria de Política para as Mulheres e melhor estruturação das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher – DEAMs. Na condição de presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Adão Pretto Filho (PT) também protocolou pedido para realização de uma audiência pública a fim de tratar da gravidade do tema da violência contra a mulher no Estado.
O parlamentar destacou a necessidade de ações efetivas, dizendo que “não dá mais para aceitar que vidas de mulheres sejam ceifadas enquanto os instrumentos de acolhimento para vítimas de violência seguem sem investimentos adequados, especialmente na área de recursos humanos”. Adão Pretto Filho alertou que muitas mulheres vítimas de violência são financeiramente dependentes dos agressores e que, sem amparo efetivo do Estado, ficam impedidas de romper o vínculo. “Precisamos de políticas que garantam acolhimento digno, que ofereçam condições para que possam reconstruir suas vidas em segurança e autonomia”, reforçou.
Para saber
- A Frente Parlamentar de Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher foi criada em 2011, pelo então deputado estadual Edegar Pretto.
