Do outro lado do mundo para Viamão

Fernando junto com os colegas e mestres na universidade chinesa

Educador físico e acupunturista passou uma temporada na China dedicando-se ao aperfeiçoamento da milenar técnica oriental. E conta para o Diário de Viamão o que viu por lá. Huānyíng, Fernando Reis – ou bem-vindo, Fernando Reis!

 

Um mês que valeu por um ano inteiro de aprendizado. É com este sentimento que Fernando Reis, 31 anos, voltou de sua tão aguardada viagem à China. Educador físico e acupunturista, ele viajou até o outro lado do mundo para se especializar na medicina chinesa e compartilhar um pouco do conhecimento com seus pacientes. Mesmo com as diferenças culturais e linguísticas, a experiência foi inspiradora, segundo ele. Fernando fazia parte de um grupo de oito brasileiros, sendo dois gaúchos.  

— O choque cultural não dificultou o aprendizado, pelo contrário, lá o aprendizado da medicina chinesa foi muito além das salas de aula, pois acredito que os mestres estão em todos os lugares. Basta estarmos atentos nos hospitais, nos restaurantes, na troca de experiências com acupunturistas de outros países, no dia a dia dos chineses. Somente entendendo como os chineses enxergam o mundo é que podemos ter a noção do que significa a acupuntura e isso não se aprende em livro nenhum e sim com vivências.

Antes das aulas, Fernando passou por uma semana de adaptação com a cultura local. Conheceu lugares históricos, passeou e entendeu um pouco mais sobre as peculiaridades do local.

— Ficamos um mês na China, onde tivemos aproximadamente uma semana de adaptação e turismo em Pequim e depois partimos para Nanjing, onde estudamos na Universidade de Medicina Chinesa de Nanjing, uma das mais antigas universidades de Medicina Chinesa. Fundada em 1954, ela tem contribuído para o estabelecimento e desenvolvimento de métodos modernos de ensino superior e possui grande reputação no mundo, sendo considerada o berço do ensino superior de medicina chinesa. 

 

Fernando na Muralha da China

 

AS AULAS NA UNIVERSIDADE

As aulas eram dividas em turnos, sendo um turno com aulas teóricas e outro turno de estágio nos hospitais. Segundo Fernando, este período de curso na China equivale – em conteúdo e carga horária – a muitos meses de cursos nas escolas brasileiras.

— Todas as aulas eram traduzidas para o português. Na nossa chegada em Nanjing tivemos nossa primeira lição com Dr Wang: quando não souber falar, sorria! E foi assim que enfrentamos as dificuldades da língua. Ah, com muita mímica também é claro — brinca.

Fernando acredita que a acupuntura é encarada de uma forma diferente e mais abrangente por médicos e pacientes chineses. No Brasil, a técnica ainda é pouco explorada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a acupuntura para mais de 70 patologias, desde tratamentos para dores em geral como para enxaqueca e ansiedade.

— Com certeza essa viagem me trouxe uma grande evolução profissional e pessoal, nunca voltamos os mesmos depois de uma viagem dessas. Minha intenção nesse momento é poder por em prática os ensinamentos que tive e mostrar as pessoas da nossa cidade que a acupuntura é muito mais do que uma medicina alternativa, mas sim uma prática integrativa, uma arte onde se busca a harmonia e equilíbrio do indivíduo. Em 2004, após 25 anos de pesquisas em renomadas instituições do mundo, a OMS publicou o documento “Acupuncture: Review and analysis of reports on controlled clinical trials”, no qual expõe os resultados da eficácia da acupuntura e outras técnicas em comparação com os nossos tratamentos convencionais para 147 doenças, sintomas e condições de saúde. Na maioria dos casos a acupuntura teve um efeito igual ou superior ao tratamento convencional.

Para quem quiser conversar mais com Fernando e, quem sabe, marcar uma consulta, ele atende as terças e sextas, à tarde, na Clínica Hígia. Ele também é proprietário do Espaço Zen, no Centro.  

 

Aprendendo novas técnicas em pacientes chineses

 

SOBRE A TÉCNICA

A acupuntura (do latim acus – agulha e punctura – colocação) é um ramo da medicina tradicional chinesa (MTC) e, de acordo com a nova terminologia da OMS – Organização Mundial da Saúde, um método de tratamento complementar. Foi também declarado Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade pela Unesco em 19 de novembro de 2010.

O tratamento acupunterápico consiste no diagnóstico (igualmente baseado em ensinamentos clássicos da Medicina Tradicional Chinesa) e na aplicação de agulhas em pontos definidos do corpo. Chamados de "Pontos de Acupuntura" ou "Acupontos" que se distribuem principalmente sobre linhas chamadas "meridianos chineses" e "canais", para obter diferentes efeitos terapêuticos conforme o caso tratado. Também são utilizadas outras técnicas alternativa ou complementarmente, sendo as mais conhecidas a moxabustão (aplicação de calor sobre os acupontos ou meridianos), a auriculoterapia.

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