Estância das Oliveiras: Um Carnaval diferente em Viamão

A Estância das Oliveiras, em Viamão, foi destaque nesta sexta-feira em GZH, do Grupo RBS. O Diário de Viamão reproduz a reportagem Colheita de azeitonas, piquenique e degustação de azeite produzido no dia: um Carnaval diferente na Região Metropolitana – Experiência em Viamão é oferecida neste sábado, na terça-feira (1) e em outros três dias de março, do jornalista Tiago Boff.

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Foi vidrado em uma transmissão online, ao lado do pai e dos irmãos, que Rafael Sittoni Goelzer, 40 anos, acompanhou o anúncio de que seu azeite de oliva era o melhor blend do Hemisfério Sul do planeta. Devido à pandemia, a premiação internacional EVO iOOC Itália 2021 não teve presença dos produtores. Ao relembrar a sensação de receber o selo campeão, com apenas três anos de produção comercial do azeite, o empreendedor mostra o braço arrepiado.

— Em italiano, eles começaram a anunciar, “América do Sul, Brasil, Rio Grande do Sul, Viamão, Estância das Oliveiras”. Foi inacreditável. Um orgulho para o azeite gaúcho, não só nosso. Concorremos com gente que produz há 400 anos. E a nossa família gritando de alegria — repete, empolgado.

Todo o processo, do cultivo, resfriamento, moagem e finalização do azeite de oliva Estância das Oliveiras ocorre na propriedade familiar, acessada pela RS-118, em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre. Na temporada atual, o caminho entre árvores de troncos retorcidos virou atração turística para quem cruza rumo à praia – a fazenda fica a 7 km da RS-040, ligação com balneários mais ao sul do Litoral Norte.

Pela primeira vez aberto ao público, o passeio começa às 9h, com uma viagem de trator até as oliveiras. O próprio turista realiza a retirada dos frutos.

— Cada família tem a sua árvore, para ficar mais à vontade, sem aglomerar. Depois, fazem o piquenique e acolheita manual. Participam de verdade, não é fake — complementa Goelzer.

Uma das atrações mais festejadas na visitação é a “chuva de azeitonas”, quando as oleaginosas são derrubadas dos galhos mais altos. No Instagram @estanciadasoliveiras, posts registram a ocupação do gramado e dos pomares nos finais de semana passados.

Há vagas ainda para este sábado (26), na terça de Carnaval (1) e outros três dias de março: 6, 12 e 13. Além do perfil na rede social, com atualização de outros eventos realizados durante o ano, há um WhatsApp para contato: 51 9-9813-0919.

— A colheita da azeitona ocorre somente uma vez ao ano, então quem não fizer agora, só em 2023 — alerta.

Oposto ao vinho, o azeite de oliva ganha em qualidade conforme sua juventude. Na visita, é degustado o óleo oriundo da mesma azeitona buscada pelo visitante na plantação.

Referência à variedade grega colhida, é servido um almoço grego, incluso no pacote de 26 de fevereiro e 1 de março, mantém uma tradição do país europeu: a quebra dos pratos, onde o público escreve na louça de gesso o que deseja deixar para trás – com criatividade, um menino escreveu “brócolis” no objeto a ser destroçado. Para sua infelicidade, o prato se manteve intacto ao atingir o solo.

Nas últimas três datas de março, haverá um churrasco no local do almoço grego, com opções veganas para quem desejar. Nestes dias, a variedade colhida é a que compõe o blend que venceu o torneio italiano.

O evento é encerrado ao pôr-do-sol, com música ao vivo de saxofone ou violino, e a vista dos pomares que ocupam parte dos 125 hectares da fazenda.

Quinta da Estância completa 30 anos

A Estância das Oliveiras fica a 28 km de Porto Alegre – em um dia de pouco movimento, o trajeto pode ser percorrido em meia hora. Tem logo na entrada uma oliveira de 250 anos de idade, trazida de caminhão da Argentina.

O complexo é vizinho da Quinta da Estância, também pertencente à família Goelzer, e que oferece passeios escolares, experiências rurais e festas de casamento, entre outras atividades. Foi fundada em 1992 por Sônia e Lucídio Goelzer.

— Meus pais sempre viveram em meio à natureza. Prometeram que quando tivessem o primeiro filho, iriam mudar para um sítio. Compraram aqui, aí minha mãe, que é professora, começou a trazer as turmas de alunos. Decidiu abrir a Quinta da Estância para oferecer essa experiência da natureza a mais pessoas — relembra Rafael.

Com o desejo de consumir um produto de qualidade, as oliveiras foram plantadas por Lucídio, há 15 anos. Atualmente, há 5,2 mil pés, em uma bela paisagem de cerros da região. No verão, a colheita se inicia às 5h, e a produção do azeite ocorre durante a noite e madrugada a dentro.

O responsável pela produção é outro filho do casal: André Goelzer, avaliador internacional de azeites e mestre de lagar, como é definido o profissional que cuida da qualidade do produto. A função se assemelha a de um enólogo ou mestre cervejeiro, para vinhos e derivados da cevada, respectivamente.

— A proposta é que, em contato com a natureza, viva-se uma experiência privilegiada de degustar um azeite de altíssima qualidade no mesmo dia em que as azeitonas são colhidas pelos participantes. Apenas produtores de olivais costumam ter essa oportunidade — compara.

Na loja de um casarão de meio século, a família oferta ainda outros produtos: sabonetes com folha das oliveiras, sais temperados com especiarias da terra, além do premiado azeite de oliva. Se preferir um tradicional café preto, é sugerida a contemplação do horizonte, sem valor que possa ser mensurado.

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