Integrar ou Incluir?

Integrar ou Incluir?

Foi só em 1981, ao instituir o Ano Internacional das Pessoas Deficientes, que a ONU oficializou o embrião do conceito de sociedade inclusiva.  

Na década de 90 com política de Educação para Todos (Jomtien, Tailândia), na conferência mundial da UNESCO, o País comprometeu-se com uma reformulação intensiva do sistema educacional brasileiro, de maneira a acolher a todos, indiscriminadamente, com qualidade e legitimidade de direitos.

Com a declaração de Salamanca, em 1994, foi determinada a construção de um sistema educacional inclusivo, prioritariamente no que se refere à população de alunos com necessidades educacionais especiais.

Em 1998, houve a elaboração do documento: Adaptações Curriculares para Alunos com Necessidades Educacionais Especiais no Âmbito dos Parâmetros Curriculares Nacionais. 

Infelizmente o conceito de inclusão / integração têm se confundido no dia a dia, veja as diferenças:

A integração nos induz a acreditar que podemos escolher quais seres humanos têm direito a estar nas escolas, nos parques de diversões, nas igrejas, nos ambientes de trabalho, em todos os lugares.

É praticado há décadas mas, desde os anos 80, começou a ser questionado pelo então emergente movimento internacional das organizações de pessoas com deficiência.

Este movimento denunciou a injustiça do modelo integrativo, que só aceitava inserir na sociedade as pessoas com deficiência que fossem consideradas prontas para conviver nos sistemas sociais gerais.

Prontas no sentido de aptas para aprender, trabalhar, se expressar, se locomover mais ou menos bem pelas ruas das cidades. E caso não estivessem prontas? Que se esforçassem para estar…

A inclusão, ao contrário, nos aponta para um novo caminho. Nele, nossas decisões são guiadas pela certeza de que o direito de escolher seres humanos é filosoficamente ilegítimo, além de ser anticonstitucional.

Uma sociedade inclusiva tem compromisso com o ser  e com sua diversidade. Como filosofia, incluir é a crença de que todos têm direito de participar ativamente da sociedade.

Como ideologia, a inclusão vem para quebrar barreiras cristalizadas em torno de grupos estigmatizados.

Vive-se atualmente, no campo da educação, um momento de mudanças, no qual a preocupação se desloca das deficiências ou inadaptações do indivíduo para a valorização do ser e suas potencialidades, oferecendo meios de desenvolvê-las ao máximo.

Resumindo: A  diferença entre inclusão e integração é simples: na inclusão é a escola que tem de estar preparada para acolher todos os alunos; na integração é o aluno que tem de se adaptar às exigências da escola.

Na primeira, o fracasso escolar é da responsabilidade de todos (professores, auxiliares, pais, alunos); na segunda, o fracasso é do aluno que não teve competência para se adaptar às regras da escola, que presta mais atenção aos impedimentos do que aos potenciais das crianças.

Escola inclusiva é aquela que tem salas de aulas inclusivas, e mais, bibliotecas inclusivas, banheiros inclusivos, acessos inclusivos, projeto pedagógico inclusivo, e, principalmente, alunos e professores inclusivos.

A inclusão é estar com o outro; a integração é estar junto ao outro (que não necessariamente significa compartilhar nem aceitar, estamos junto dele, mas não estamos com ele).

O que você quer? Incluir ou integrar?

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