Muito além de uma escolinha de futebol

Semanalmente, dezenas de crianças tem a oportunidade de se desconectar das suas rotinas e dedicar suas energias para jogar futebol. O caminho de meninos e meninas é em direção a sede do projeto social Bola de Canhão, no bairro Vila Elza. Há sete anos, o projeto desenvolve trabalho educativo por meio do esporte com jovens carentes de Viamão.

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O campo do Bola de Canhão fica atrás do CTG Alma Crioula. Foi fundado e é coordenado por pessoas que conhecem a realidade da cidade e dos seus moradores. Por isso, o objetivo não é apenas aprimorar as habilidades futebolísticas das crianças e adolescentes, mas sim leva-los para o caminho do bem.

– Nosso projeto tenta formar cidadãos da melhor maneira possível, dentro das nossas condições. O esporte é o melhor caminho porque com ele aprende a conviver em grupo, aprende a ganhar e a perder. O grupo tem que estar sempre forte e unido – afirma o administrador Emir Bastilho Parede.

Ao longo dos anos, centenas já participaram do Bola de Canhão. Atualmente, são 60 meninos e quatro meninas, com idades entre sete e 17 ano. Tudo é feito com amor, dedicação e de forma gratuita. Apenas uma exigência é destacada por Emir como indispensável para permanecer no projeto.

– Toda criança que quer estar no projeto tem que estar na escola. Precisa desenvolver bem as matérias e não ter problemas com colegas, professores, diretores e não depredar a escola – explica.

Junto do Emir, a esposa Neusa Parede e mais dois voluntários se envolvem para tocar o projeto. Neusa organiza os documentos dos atletas, lava os uniformes e também prepara um almoço que é realizado uma vez ao mês. No dia do evento, ela conta com a ajuda das mães dos jogadores e jogadoras.

Ademar Mazinho de Freitas tem 13 anos, está no projeto há seis meses e sonha em ser goleiro. Apesar do pouco tempo, as mudanças na vida do garoto já são sentidas por ele.

– Quando eu entrei aqui eu era um menino muito tímido, não falava e foi depois de alguns treinos que comecei a me soltar. Fiz novas amizades, pude treinar mais, evoluir e mostrar meu trabalho dentro de campo – destaca Ademar.

Como é exigido pelo projeto, a escola não é deixada de lado.

– Tô mais focado no estudo. Aqui eu sei que se estou mal posso pedir ajuda e contar com o projeto. Então a gente tem que se dedicar, tocar a vida pra frente porque a gente tem futuro, né? A coisa principal na vida do atleta é o estudo e se soltar, acho que a gente jogando bem, estudando e focando a gente consegue chegar lá – conta.

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Outra iniciativa que chama atenção do Bola de Canhão é a preocupação com a comunidade no geral. O projeto encaminha alguns problemas para Defensoria Pública ou Ministério Público e cobra pela infraestrutura do bairro junto aos órgãos competentes. Emir Parede conta também que eles possuem camas hospitalares, cadeiras de rodas, muletas e andador para emprestar para quem precisa de forma gratuita.

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