Nas últimas semanas, as badaladas seleções da Europa têm entrado em campo pela Nations League, torneio criado pela Fifa para movimentar as datas que anteriormente eram ocupadas somente por amistosos “sem pé nem cabeça”.
Alemanha, Bélgica, Inglaterra, França, Holanda. Todas as citadas possuem algo em comum com o Grêmio de Roger Machado, trazendo o debate para o nosso “assado” gaudério. Não, por favor, não pare a leitura. Não estou maluco! Tampouco estou comparando os elencos, evidentemente.
No futebol contemporâneo, o desenho mais aplicado é o 4-2-3-1, com suas singelas variações. Entretanto, o reinado está ameaçado desde o Chelsea de Atonio Conte. O italiano sobrou com o seu 3-4-3 na Premier League na temporada 2016-2017. Repetindo o que já havia feito em títulos pela Juventus e também na seleção da Itália e, atualmente, no seu Tottenham. Justamente o desenho adotado por Roger na famigerada Série B.
Antes de mais nada, realidades à parte, Machado está pecando por ignorar a regra 1 dos treinadores: escalar os melhores, sempre. A partir disso, sim, deveria partir-se para a mecânica, a tática, os “numerozinhos”. A falta de um meia armador ou meia atacante salta às vistas, irrita a arquibancada, chega a sangrar pela obviedade. O 3-4-3 sem volantes construtores está fadado ao fracasso! Não existe mágica. Ainda mais com Bitello no banco.
Em que pesem as oscilações, Campaz poderia receber sequência como dublê de camisa 10 e/ou ponta de lança. Ou então, a aposta em Gabriel Silva, apesar da “fragilidade física”. Plano C: bancar Pedro Lucas! O que não pode é seguir despovoando o meio-campo, sendo refém da ligação direta ou da individualidade dos pontas que, convenhamos, estão muito aquém das necessidades e, principalmente, da grandeza do tricolor gaúcho.
Voltando à Europa, as seleções citadas neste texto quase sempre adotam o 3-4-3 que, inclusive, deverá ser tendência na Copa do Mundo em novembro. Com um detalhe fundamental: raramente com três zagueiros de ofício. Sempre com um lateral de origem por dentro ou com um volante de “carteirinha” recuado. E não falo em saída de três. Falo, sim, em 3 defensores como premissa básica/inicial. Sem a bola, eles passam a ser 5 com a decida dos alas.
A versatilidade dos jogadores e, consequentemente, da mecânica é fundamental para criar superioridade numérica e tornar o time imprevisível. Klostermann na Alemanha, por exemplo, é lateral e zagueiro pela direita. Hofmann é ala, extrema direita e camisa 2. Tudo na mesma partida! Na Bélgica, o outrora volante Dendoncker faz trinca com Alderweireld e Vertonghen.
No Grêmio, o 3-4-3 de Roger soa muito mais político do que técnico: para recolocar Kannemann entre os 11. Não que o camisa 4 não justifique o “esforço” do comandante, mas o elenco não tem jogadores para a o “esquema”. Pelo menos até hoje, 15 de junho de 2022. A linha de 4 seria o “feijãozinho com arroz” com gosto de camarão na moranga. Como “sobremesa”, subiria com um “pé nas costas”. O que, aliás, é OBRIGAÇÃO!!!
Em tom pitaqueiro, eis o 4-3-1-2 ou meio-campo losango, como queiram: Rodrigues, Geromito, Cãonemann e Nicolas. Villasanti, Gabriel Silva (Lucas Silva), Bitello e Campaz. Elias e Diego Souza. Elias próximo do gol, sem precisar correr atrás do lateral. Os últimos “gols feitos” desperdiçados depõem contra ele no momento, mas o camisa 18 merece a “aposta” pelas características individuais já demonstradas.
Embora a decisão seja do professor Roger, é claro, seria um time muito mais racional, equilibrado e competitivo. O Grêmio está jogando nada. Assustadoramente. Nada x Nada! É inadmissível não estar sequer no G-4 da vexatória Segundona. Sim, amigos, é vexatória! Ainda mais com folha salarial de 10 “conto” por mês.
O Gigante de Três Cores precisa mudar mudando. A começar pela tática. Não basta apenas “cabelo no peito”. É preciso parar de “chutar a bola” e voltar a praticar futebol profissional. Para ontem! Até o momento, Roger Machado está cavando a própria “sepultura futebolística” rodada após rodada. E o pior: tendo o 3-4-3 Europeu como passaporte para a “vida eterna”.