Para além do conhecimento, da extensão de vocabulário e de uma boa redação no vestibular, a literatura serve para encantar-nos, para que o cotidiano não sequestre nossa esperança e nos leve a tudo o que há de bom na vida. A literatura é uma porta de entrada para os entediados, bem como para os apaixonados e para os que nada querem.
De modo paradoxal, ler um livro, despretensiosamente, nos leva a desejar muito daquilo que antes não conhecíamos. Nos tornamos ambiciosos, curiosos e inconformados. A solidão que nos acompanha, dá lugar ao drama ficcional que nos faz companhia imediata.
Com um livro, não ficamos desamparados e isso nos traz independência. Ele lhe acompanhará na padaria, no restaurante e na escola. Juntos e inseparáveis, confidentes e amantes. Mais do que romantizar a leitura, devemos problematizar o acesso aos livros e ao conhecimento.
Para muitos, o livro ainda é um artigo de luxo, alguns jamais chegaram a folhear uma boa história. Aos que possuem o privilégio de poder tocar nas folhas mágicas de um bom texto, é preciso responsabilidade para saber lidar com isso.
Um livro serve para que estejamos contentes e descontentes ao mesmo tempo, para que o questionamento esteja presente em nossas vidas. Para que não sejamos meros telespectadores e sim agentes ativos, para que cada palavra se transforme em algo transformador dentro de nós.
A literatura ainda é subestimada no nosso país, e infelizmente por muitos cidadãos. Embora os que conhecem o seu poder, não desejam outra coisa na vida, se não a companhia de um camarada cheio de histórias para contar.
Com carinho, Alice.