Jornalistas e escritores, entre outros, tem como prioridade em suas casas, seu patrimônio cultural: seus livros. Hoje em concorrência com as bibliotecas virtuais condensadas nos tablets. Fico me perguntando, para onde vão estes preciosos acervos quando seus donos falecem ? Livros que enriqueceram suas vidas, trazendo alento nas horas difíceis. E obras que enterneceram suas almas, como os de poesia e romance.Enfim, que lhe deram conteúdo intelectual. Pois pessoas que lêem são especiais.
Quando seus possuidores morrem geralmente as famílias vendem para as livrarias especializadas, que são os sebos. Ou doam para universidades quando são obras raras. Tem pessoas que ainda hoje,guardam relíquias literárias em suas casas. São os leitores contumazes ou profissionais .Que prezam a qualidade do que lêem. Que não vivem sem a leitura diária.
Confesso que sou uma leitora momentânea. Não leio assiduamente, mas leio. Existem pessoas que não passam um dia, sem ler um livro. No nosso País a média de leitura é muito baixa. Um livro ao ano. Enquanto em países desenvolvidos, como na França, a média de leitura por pessoa, é de 50 livros por ano.
Os livros autografados tem maior valor quando seus donos morrem. E não raro e impactante, é o autor dedicar na primeira página palavras de carinho ao leitor. Aquilo bate na pessoa e transfere sensibilidade e saudade para o novo dono da obra. Um exemplo pessoal: livro que ofertei ao meu pai. Me causou uma estranha sensação voltar a lê-lo.
A dedicatória que fiz para ele me comoveu. Meu pai faleceu em 2004.Era apaixonado por uma boa leitura. Lia quase sempre livros contemplativos e a Bíblia, que ele mantinha em sua casa, como uma relíquia. As pessoas se vão e os livros permanecem. Este é o legado cultural. Este é o ensinamento. Que inevitavelmente devem e são repassados para as gerações que se sucedem.(Ana D´Avila)
