Depois de quase cinco horas de depoimentos, terminou no início da tarde a primeira oitiva do prefeito André Pacheco (sem partido) na Câmara Municipal de Vereadores. Convocado a prestar depoimento pela Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a suposta organização criminosa que estaria atuando em seu governo, Pacheco solicitou, logo no início dos trabalhos que seu depoimento fosse dado a portas fechadas, apenas para os vereadores e assessores da Casa, alegando se sentir ameaçado por quem agora denuncia.
Por dois votos contra (Guto e Adão) e três a favor (Evandro, Guguzinho e Nadim) o pedido foi aceito e o depoimento foi dado de portas fechadas, sem a presença da imprensa. Procurado pela reportagem, o vereador Guto Lopes, presidente da CPI, avaliou que o prefeito trouxe muitas denúncias em um processo que promete ser bem extenso.
– O prefeito apontou que havia dentro da prefeitura uma organização criminosa que cometia tráfico de influência e outros tipos de crimes. É uma acusação pesada e que vai demandar muito trabalho da CPI – afirmou o presidente.
Segundo Guto, em seu depoimento o prefeito revelou que os dois objetivos principais desta organização criminosa era desmantelar seu governo para favorecer uma possível futura candidatura de Valdir Bonatto (PSDB) a prefeitura em 2020, além de favorecer economicamente as empresas do ex-prefeito.
Os próximos convocados pela CPI serão os ex-secretário Rafael Bortoletti e o ex-prefeito Valdir Bonatto para outra oitiva que deve acontecer logo depois do carnaval, justamente para prestar esclarecimentos sobre as denuncias apresentadas por André Pacheco. Além desta, tramita na Casa uma segunda CPI, desta vez sobre uma suposta fraude em licitações.
