Ao nos desfazermos de alguma coisa estamos deixando de lado o que não nos serve, indo adiante sem nos importarmos com nada que estava relacionado com a realidade que era contida naquele objeto, situação ou pessoa. Lembro de minha juventude, quando simplesmente mudava de rumo e não me importava com nada que estivesse ao redor, simplesmente mudava de idéia e ia adiante, seguindo uma seqüência nova de acontecimentos, experimentando o diferente do que estava acostumado e em nada me sentia vinculado à memória passada.
A vida me foi levando para situações diversas, meus laços e vínculos se tornaram muito fortes e me deixaram amarrado em coisas que jamais irão se desfazer e, assim, fico preso aos meus compromissos e deles não consigo arredar pé. O fato é que chegamos a um ponto em que os fatores que nos prendiam se enfraquecem, os laços que retinham nossa vontade se enfraquecem, pois os detentores de nossa própria vontade encontram outros interesses e vão pelo seu próprio caminho, em busca do que nós mesmos perdemos em meio à jornada.
É necessário então proceder à ruptura de laços que nos aprisionam, afastar de nós mesmos as limitações e rumarmos em busca de outras formas de ser, pensar e agir. Os laços rompidos são o prenúncio de mudanças e nelas teremos a visão de que estamos apenas de passagem e ficando a contemplar o novo sem dele desfrutar.
É imperioso ter a consciência de que o único laço verdadeiro, aquele que jamais se desfaz, é o compromisso que temos com a nossa felicidade e o dever de lutar por ela, por isso, nesta nossa passagem, temos de, cada vez mais, ter a consciência de que somos o resultado de nossas escolhas e uma delas deve ser romper laços de aprisionamento e formar rumos de libertação.
