Projeto do vereador Edi Bagé (PSDB) quer evitar os garranchos, mas pôs o pepino no colo do prefeito: será que dá para fazer?
A ideia é boa: Edi Bagé quer receitas médicas digitalizadas nos postos de saúde para evitar que, nas farmácias, atendentes arranquem os cabelos para entender o que os médicos escrevem.
– É para evitar confusão – diz o vereador, tucano como o prefeito André Pacheco.
Tudo certo, mas o problema é que não dá para fazer. Ou custa caro: que em matéria de serviço público, é o mesmo que dizer que não dá para fazer.
Hoje, parte dos serviços nos postos de saúde já estão informatizados – mas não os consultórios médicos. Só aí já vai uma banana de dinheiro em computadores e impressoras – sem elas, receitas só a mão mesmo.
A saída seria ter uma impressora única por posto e computadores nos consultórios conectados em rede, enviando as receitas para a recepção ou para farmácia. Lá, o paciente receberia sua cópia com as orientações – e o remédio, se for o caso.
Mas aí há, também, a necessidade de investimento na rede, nos consultórios, no treinamento dos médicos, na manutenção do sistema… não sei se sai.
De qualquer forma, André Pacheco recebe entre hoje e amanhã a redação do projeto aprovado na quinta passada pela Câmara – e tem alguns dias para decidir se sanciona ou veta. Assessores próximos do prefeito dizem que ele quer sancionar, mas já avisou o setor jurídico do gabinete que quer um parecer bem embasado sobre o assunto antes de decidir.
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